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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Maior açorda de cogumelos do mundo fez o gosto a mais de 150 pessoas em Vale Pradinhos

 É em Vale Pradinhos, no concelho de Macedo de Cavaleiros, que se confeciona aquela que é conhecida como a maior açorda de cogumelos do mundo, e o objetivo é fazê-la entrar para o livro do Guinness.


Este sábado, cerca de 150 pessoas rumaram à aldeia para prová-la e participar na jornada micológica que se realiza há sete anos.

“Além do segredo, é só preciso ter um pote de ferro, cogumelos, boa disposição e fome.”


A receita da Açorda de Boletos com Rabo de Boi, assim resumida pelo cozinheiro de serviço Rui Kotinha, é proeza da aldeia de Vale Pradinhos, que transforma o cogumelo, que por aquelas terras é abundante, numa iguaria que aguça o paladar a muitos.

E quem provou, gostou:

“Está muito boa, nunca tinha comido. Consigo sentir os cogumelos, o pão e a salsa. Está bem temperada, saborosa e macia.”

“Está maravilhosa e recomendo. A açorda de Vale Pradinhos é especial e eu venho de Lisboa de propósito para a comer.”

A já afamada açorda foi servida aos mais de 150 participantes das VII Jornada Micológica de Vale Pradinhos, que logo cedo foram para o campo procurar e reconhecer cogumelos, e à tarde participaram num workshop.

Por lá encontramos Ana Silva e Carlos Romão, dois caloiros nesta jornada, que por serem amantes de cogumelos, resolveram participar:

“A aldeia é linda, e só por ela já vale a pena a visita.

Adoro cogumelos e hoje já consegui aprender a diferenciá-los.

De manhã fomos para o campo, apanhar uma série de espécies de cogumelos, comestíveis e não comestíveis.”

“Decidi vir este ano porque os cogumelos atraem-me imenso e procurá-los é para mim um hobbie.

Sempre se aprende alguma coisa, estes encontros parecem-me interessantes e agora já me sinto mais confiante para procurar cogumelos.”

E há quem tenha aprendido bem a lição, como foi o caso de Patrícia Rocha:

Nos cogumelos conhecidos como “frades”, aprendi que os comestíveis não podem mudar de cor, o anel tem de ser móvel e tem de ter um bico na ponta, em forma de chapéu. São três características essenciais para a sua autenticidade. Os que não reunirem estes fatores, não se devem ingerir porque podem provocar sintomas gástricos e até levar à morte.  

O encontro é organizado pela Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Vale Pradinhos que cada vez mais quer afirmar a aldeia como a Capital do Cogumelo.

O ano passado não se pôde realizar devido à pandemia, o que deu ainda mais força à edição de 2021:

“Veio mais gente ainda.

As pessoas estavam com fome de cogumelos e das nossas jornadas.

Veio gente de todos os pontos do país e até do estrangeiro houve inscrições.”

Já quanto à qualidade dos cogumelos, este parece estar a ser um bom ano.

Quem o diz é o biólogo Carlos Ventura:

“Foi um bom ano porque tivemos chuva em agosto e setembro, o que fez com que surgissem cogumelos em abundância e de espécies que nem eram frequentes, até finais do mês de outubro.

Entretanto, veio calor, vento e algumas geadas e, a partir daí, com a desidratação, desapareceram.

Neste momento, começou a chover e, provavelmente dentro de oito dias, deverão começar a ressurgir com força e pojantes. “

O que continua mal é a valorização que é dada aos cogumelos em Portugal, atesta o biólogo:

“Continuamos com a mesma situação de termos aquele complô de comercialização por parte dos espanhóis.

Sendo este um recurso perecível, é preferível apanhar-se para que se aproveite, em vez de apodrecer, mas com regras. Quem os apanha que o faça com regras, em lugares específicos, com zonas de apanha também especificadas, e, acima de tudo, que possam eventualmente pagar impostos, porque em Portugal há poucas empresas que vendem cogumelos e aqueles que se compram a Espanha por 20€, são comprados pelos espanhóis a 5/6€.

Há quatro ou cinco anos fizemos um encontro de técnicos e formadores nacionais de micologia em Aguiar da Beira e concluímos que há um sistema de inercia por parte das entidades estatais.”

Uma reivindicação antiga que, ao que parece, continua sem qualquer modificação.

Escrito por ONDA LIVRE

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