O colaborador do Jornal Nordeste sentiu-se desafiado a escrever sobre “a Pelicana”, Violante Gomes, depois de saber que ela passou uma parte da sua vida em Torre de Moncorvo, de onde o escritor é natural. Cinco anos de pesquisa, que o levaram a quer saber mais sobre quem foi D. António de Portugal. “Fiquei fascinado com este D. António que é um herói pouco reconhecido em Portugal. Era um homem que em 1580 estava fragilizado. Tinha sida derrotado em Alcântara e tinha sido abandonado por muitos amigos e tinha à perna o homem mais poderoso do mundo, D. Filipe II de Espanha, que tinha espiões atrás de D. António, mas ele nunca se rendeu”.
Ao longo do livro o escritor enuncia algumas teses, uma delas é que D. António era judeu e que isso o levou à sua condenação e a outra está relacionada com a igreja de Torre de Moncorvo. “A igreja de Torre de Moncorvo, que foi há época o maior santuário religioso que foi construído no Nordeste, foge ao que eram as características arquitectónicas da altura, em que as igrejas tinham a porta principal virada para poente e a lateral virada para sul. A de Moncorvo não tem. Nunca ninguém me deu uma explicação, mas eu tenho uma explicação no meu livro e acho que as pessoas vão gostar”.
José Mário Leite conta que neste processo o mais desafiante foi todo o trabalho de investigação, mas que graças a ele ficou a saber mais sobre a sua terra. “O trabalho de pesquisa foi fascinante, mas o trabalho de escrever é para mim uma catarse, dá-me muito prazer escrever. Uso os meus tempos livres quase todos para escrever. Há tanta coisa para dizer sobre o Nordeste Transmontano, sobre a minha terra, sobre a Vilariça, sobre Moncorvo e sobretudo sobre os concelhos raianos”.
Natural de Torre de Moncorvo, José Mário Leite é gestor de ciência e lançou agora o seu quinto livro, a “A Formosa Pelicana”. O primeiro foi escrito em 1974 e chama-se “Cravo na Boca”. Uma entrevista para ouvir na integra, esta sexta-feira, aqui na Rádio Brigantia, depois das 17 horas.
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