De onde provêm a tão propalada hospitalidade transmontana? Sim a hospitalidade que cultiva tanto o receber sem reservas, em casa o conterrâneo, o que passa na rua como o que bate à porta. A porta do transmontano, durante o dia até à hora de deitar, estava sempre encostada, quando muito “cerrada” com o “caravelho”, ou com o trinco, que se abria por fora.
Quem batia à porta, tanto no rés-do-chão, como no primeiro andar, ao cimo das escadas, era porque ia por bem, precisando de ser atendido e por isso, se alguém estava dentro logo franqueava o acesso: “entre”! Não se suspeitava, entrava-se, quando muito, já lá dentro, poderia ouvir-se: “quem é?” Esta hospitalidade geradora de confiança, espírito de comunhão, comunicava-se com hábitos de vida simples de dar e receber.
Os cronistas Franciscanos, nas suas visitas por cá evidenciavam “o espírito de franca hospedagem que carateriza os bragantinos portas e corações abertos a quem vem por bem, devem ser florescência daquela franciscanização”. Ao longo dos séculos a “Fraternidade cingiu com o cordão de S. Francisco alguns milhares de bragantinos”.
Se a hospitalidade não é coeva da instalação franciscana em Bragança, deve andar perto. “Tem primazia franciscana, em todo o Portugal, o Convento de São Francisco de Bragança, por ser o único fundado pelo próprio São Francisco, no meado de 1214, quando de regresso da romagem de Santiago de Compostela, em caminho para Itália por Catalunha de Espanha. Mais quatro comunidades Franciscanas se estabeleceram posteriormente nos atuais limites da diocese bragantina: Santo António de Moncorvo, desde 1569, São Francisco de Mogadouro desde 1617, São Francisco de Vinhais, desde 1752, e, em Sezulfe, no concelho de Macedo de Cavaleiros, o Convento de terceiros regulares, desde 1670”.
Hoje a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos, constata o Papa Bento XVI. O temor desconfiado retirou as chaves das portas e, com elas fechou também a cadeados os corações. Em lugar de uma sociedade atenta às necessidades do outro, ao acolhimento fraterno, assiste-se ao crescimento das “estruturas do pecado”, como dizia São João Paulo II, ou “à globalização da indiferença”, à “inação”, como prefere o Papa Francisco.
O leilão da igreja e da casa do despacho de São Francisco indignou-nos. Mas, será que isto nos basta? Outros disseram: o município que licite! Louvavelmente o seu presidente, Hernâni Dias, licitou e prometeu comprar para salvaguardar. Outros ainda: que tenho eu com isso? Eu não sou associado, não tenho jurisdição, não posso intervir, não participo desses círculos. E, se te baterem à porta acolhes, como bom transmontano/ franciscano? Ou, barricas-te na sacristia, fechas-te no teu pequeno grupo, aconchegado e sossegado? Ou, associas-te para ajudar a preservar a cultura identitária franciscana bragantina e, a salvaguardar o seu património?
Mas, o que faz falta? Ai amigo Zeca! “O que faz falta é avisar a malta, o que faz falta é animar a malta, o que faz falta é acordar a malta”. Para quê? Para integrar a história, assumir a cultura, a arquitetura, a identidade, a originalidade de tão precioso património.
Quem batia à porta, tanto no rés-do-chão, como no primeiro andar, ao cimo das escadas, era porque ia por bem, precisando de ser atendido e por isso, se alguém estava dentro logo franqueava o acesso: “entre”! Não se suspeitava, entrava-se, quando muito, já lá dentro, poderia ouvir-se: “quem é?” Esta hospitalidade geradora de confiança, espírito de comunhão, comunicava-se com hábitos de vida simples de dar e receber.
Os cronistas Franciscanos, nas suas visitas por cá evidenciavam “o espírito de franca hospedagem que carateriza os bragantinos portas e corações abertos a quem vem por bem, devem ser florescência daquela franciscanização”. Ao longo dos séculos a “Fraternidade cingiu com o cordão de S. Francisco alguns milhares de bragantinos”.
Se a hospitalidade não é coeva da instalação franciscana em Bragança, deve andar perto. “Tem primazia franciscana, em todo o Portugal, o Convento de São Francisco de Bragança, por ser o único fundado pelo próprio São Francisco, no meado de 1214, quando de regresso da romagem de Santiago de Compostela, em caminho para Itália por Catalunha de Espanha. Mais quatro comunidades Franciscanas se estabeleceram posteriormente nos atuais limites da diocese bragantina: Santo António de Moncorvo, desde 1569, São Francisco de Mogadouro desde 1617, São Francisco de Vinhais, desde 1752, e, em Sezulfe, no concelho de Macedo de Cavaleiros, o Convento de terceiros regulares, desde 1670”.
Hoje a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos, constata o Papa Bento XVI. O temor desconfiado retirou as chaves das portas e, com elas fechou também a cadeados os corações. Em lugar de uma sociedade atenta às necessidades do outro, ao acolhimento fraterno, assiste-se ao crescimento das “estruturas do pecado”, como dizia São João Paulo II, ou “à globalização da indiferença”, à “inação”, como prefere o Papa Francisco.
O leilão da igreja e da casa do despacho de São Francisco indignou-nos. Mas, será que isto nos basta? Outros disseram: o município que licite! Louvavelmente o seu presidente, Hernâni Dias, licitou e prometeu comprar para salvaguardar. Outros ainda: que tenho eu com isso? Eu não sou associado, não tenho jurisdição, não posso intervir, não participo desses círculos. E, se te baterem à porta acolhes, como bom transmontano/ franciscano? Ou, barricas-te na sacristia, fechas-te no teu pequeno grupo, aconchegado e sossegado? Ou, associas-te para ajudar a preservar a cultura identitária franciscana bragantina e, a salvaguardar o seu património?
Mas, o que faz falta? Ai amigo Zeca! “O que faz falta é avisar a malta, o que faz falta é animar a malta, o que faz falta é acordar a malta”. Para quê? Para integrar a história, assumir a cultura, a arquitetura, a identidade, a originalidade de tão precioso património.
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