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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Até ao final de abril, há mais de 80 máscaras de todo o país para conhecer no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros

 Cerca de 80 máscaras de 45 artistas, em várias formas e materiais, podem ser visitadas até 30 de abril no Centro Cultura de Macedo de Cavaleiros.


Dão nome à exposição “Máscaras Rituais de Portugal”, da autoria do colecionador vinhaense Roberto Afonso, que desde tenra idade despertou o interesse pelas mascaradas.

Ao mostrar os exemplares que foi adquirindo ao longo de vários anos, pretende dar a conhecer a quem visita um pouco mais sobre a cultura popular portuguesa:

“Integra a maior parte das festividades com mascarados de Portugal.

Esta exposição, que é uma coleção minha, tem todas as máscaras organizadas de forma a que o visitante fique a conhecer um pouco do que é esta parte da cultura popular e as manifestações associadas a elas, que têm o seu início a 31 de outubro, com a festa da Cabra e do Canhoto no concelho de Vinhais, e continuam com grande incidência de mascaradas em dezembro, com as festas dos rapazes, Santo Estevão, ou com o chocalheiro de Bemposta em Mogadouro, Vale do Porco, assim como nos Reis, e culminam na Quarta-feira de Cinzas com a morte e com os diabos em Vinhais e Bragança.

Fora deste período está também representada nesta exposição a única mascarada portuguesa de verão, que é a festa do Bugios, no dia 24 de junho, que é em Sobrado, uma localidade do concelho de Valongo, no concelho de Porto.”

Apesar de haver máscaras de todo o país, a maioria são transmontanas. E há a destacar uma novidade na mostra agora patente em Macedo:

“São cerca de 30 festa e mais do que 30 máscaras, pois algumas festas têm três ou quatro máscaras.

No nosso distrito, só dois ou três concelhos é que não têm mascaradas, mas Vinhais é um dos que tem mais.

Bragança, Mogadouro e Miranda também têm, e Macedo tem agora tem duas. Antigamente havia mais.


Nesta exposição está representado também, pela primeira vez, a Festa de Santo Estevão das Arcas, daqui do concelho de Macedo de Cavaleiros, com um destes quadros que eu componho com a máscara e com fragmentos dos fatos mascarados. Macedo de Cavaleiros,  além dos Caretos de Podence, tem também em dezembro, dia 26, uma festa que está a tentar ser revitalizada há uns anos, que é essa das Arcas.”

Apesar de diferentes, há aspetos em comum entre estes rituais com mascarados:

“São tudo rituais pré-cristãos, que com o avançar dos tempos foram sofrendo processos de aculturação e ganhando características dos novos povos que iam habitando aqui no território.

Com o cristianismo, naturalmente que também sofreram alterações, porque a igreja tentou assimilar todas estas tradições que estavam enraizadas na população e tentou transformá-las, dai a que quase sempre haja um santo associado a eles.

É comum as festas dos rapazes estarem quase sempre associadas ao Santo Estevão, o protomártir do cristianismo, a festa da Cabra e do Canhoto, que em termos de calendário da igreja coincide com o Dia de Todos os Santos, e nos Reis é igual.

A igreja tentou proibir estas manifestações através de várias pastorais, mas a cultura popular venceu e conseguiu aguentar-se até aos nossos dias.

O que há em comum é uma manifestação popular, na qual as pessoas participam, se divertem e, de forma genuína e espontânea, conseguem mostrar aquilo que há de mais identitário na nossa região, que são as mascaradas.”

A exposição está em itinerância há cinco anos e já passou por várias localidades portuguesas e algumas espanholas.

Escrito por ONDA LIVRE

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