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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Danças tradicionais de Trás-os-Montes


Murinheira

Uma das mais típicas e saborosas danças trasmontanas (como o Passeado e a Carvalhesa). É acompanhada de gaita-de-foles, pandeireta e ferrinhos. Saber mais

Galandum

Canção dançada da região mirandesa, de sabor profundamente arcaico. É acompanhada de tamboril, gaita de foles, flauta pastoril («fraita», em mirandês), pandeiro, pandeiretas, castanholas, conchas («carracas»), ferrinhos e assobio dento-labial.

Vinte e cinco

Um dos «llaços» ou figuras da  Dança dos Paulitos*.

Começa por uma espécie de apelo do bombo, destinado a congregar os bailadores, os pauliteiros (em número de dezasseis).

Seguido da dança, executada instrumentalmente por gaita-de-foles, tamboril, bombo e castanholas, a que vem juntar-se o som seco da percussão dos próprios paulitos, atributo dos bailadores, numa curiosa e excitante polirritmia.

Muito espalhada nos concelhos de Miranda, Vimioso, Mogadouro.

*Dança dos Paulitos

(em que uns querem ver uma dança pírrica, outros uma dança ligada aos ritos da fecundidade) é, fora de dúvida, uma das preciosidades folclóricas de Trás-os-Montes, embora com correspondência noutros povos.

Carvalhesa

Uma das três danças típicas do termo de Vinhais, composta de quatro figuras e acompanhada por gaita-de-foles e ferrinhos.

Redondo

Dança pastoril, executada alternadamente em «fraita» e gaita-de-foles.

Fonte: Guia de Portugal, organizado por Sant’Anna Dionísio, V volume (Trás-os-Montes e Alto Douro), editado pela Fundação Calouste Gulbenkian

A Murinheira

A cultura não admite que a raia possa, à custa dos marcos divisórios das pátrias, ser barreira estanque ou qualquer coisa a assemelhar-se a qualquer muro de Berlim. É impossível que a raia estorve o convívio dos povos, sobretudo quando os ligam laços de interesses económicos, sociais, religiosos, familiares até, e portanto de sangue, de amor, além de tudo o mais que se possa imaginar e da necessidade social de boa vizinhança, de troca de tudo quanto seja vantajoso em trocar-se nesse mercado de plena reciprocidade. (…)

A Murinheira é uma canção certamente de origem galega. Encontrei-a em Cimo da Vila. Cantou-a a senhora Adosinda Preques.

Em Quintã, concelho de Vila Real, falava-se muitas vezes na murinheira, como coisa de tempos idos. E empregava-se a alusão ao canto ou à dança dela, como fazendo parte de chacota ou de ameaça contra alguém.

Exemplo:

Ó filhinho: se te não portas bem, danças a murinheira… Isto é: levas ou apanhas no pêlo.

E esta: espetou-lhe tais vergastadas pelas pernas adiante… Fez-lhe dançar a murinheira bem dançada!

E foram todas poucas!

Merecia mais!

Nos dicionários portugueses de que disponho, incluindo o Lello Universal, a murinheira é ignorada.

O dicionário galego apresenta-a desta forma: “Murinheira“, s.f., “Baile popular que executam um ou mais pares // Composição musical com que se faz esse baile…“.

O dicionário espanhol que tenho em uso, também desconhece a murinheira.

Ainda há muitas pessoas no norte de Trás-os-Montes que ouviram cantar e cantaram a murinheira, assim como a viram dançar ou ainda mesmo elas a dançaram.

A Murinheira – pauta musical


Recolha efectuada por António da Eira

Recolhida em Cimo de Vila – Chaves

Cantou: Adosinda de Jesus Preques (70 anos)

Fonte: Velhas Canções Trasmontanas, de António da Eira, 2005, edição do autor | Foto de destaque (adaptada)

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