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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 16 de outubro de 2022

Quatro restaurantes onde o cogumelo é rei

 Nestas quatro mesas transmontanas, o cogumelo tem lugar de destaque.

Brás de Cogumelos do Contradição, em Bragança. (Fotografia: DR)

A LAREIRA | Mogadouro

Eliseu Amaro estudou e trabalhou em França até que em 1981 abriu A Lareira, um restaurante de comida regional. Por encomenda, prepara um prato especial – o guisoto à transmontana.

O nome não engana – neste restaurante em Mogadouro, a lareira está sempre acesa, faça chuva ou faça sol. Quem o garante é Eliseu Amaro, conhecedor do universo micológico, proprietário e chef d’A Lareira. Eliseu estudou cozinha na escola de gastronomia Ferrandi e trabalhou num restaurante com estrela Michelin, em Paris, durante 14 anos, até abrir A Lareira em 1981. O contacto com cogumelos aconteceu antes. “Aprendi a apanhar cogumelos em criança, na floresta de Fontainebleau [em França]. E havia o hábito de irmos a uma farmácia mostrá-los para saber se eram bons”, recorda.

No seu restaurante prepara guisoto à transmontana, “uma receita de lavrador, um clássico desta região”, que junta azeite, cebola, batata, cogumelos lactarius deliciosus e ervas aromáticas, e que só confeciona sob encomenda. Fixos são os boletus salteados, servidos como acompanhamento, e que “realçam o sabor de qualquer prato”. O bacalhau à moda do chef, a posta de vitela à mogadourense e a costeleta de vitela grelhada na brasa também saem bem. Para fechar a refeição, o chef sugere a charlote com fruta da época ou ananás.

Eliseu Amaro, d’A Lareira (Fotografia: Nuno Pinto Fernandes/GI)

CONTRADIÇÃO GASTROBAR | Bragança

A vontade de criar um espaço com um ambiente descontraído, que apelasse a um público mais jovem, e de praticar uma cozinha algo ousada fez nascer o Contradição Gastrobar em plena pandemia. À frente do projeto estão os irmãos Geadas, Óscar e António Gonçalves, também responsáveis pelo estrelado restaurante G, na Pousada de Bragança. O gastrobar foi beber inspiração a esse espaço, mas também ao histórico Geadas, do qual a família é proprietária.

A carta junta sabores do mundo, mas também da região, em pratos com alheira, boi, cuscos ou cogumelos. Os fungos provam-se no brás de cogumelos e legumes – com uma mistura de cogumelos silvestres frescos durante a época deles, ou preservados, no resto do ano -, na massa fresca de boletus, sofrito de legumes e molho biernês e cecina de vaca, e no lagarto de porco bísaro e arroz cremoso de cogumelos.

Contradição Gastrobar (Fotografia: Rui Ferreira/GI)
Contradição Gastrobar (Fotografia: Rui Ferreira/GI)

O BATOQUE | Bragança

Há quase dez anos que O Batoque, uma pequena casa numa rua discreta no centro de Bragança, serve petiscos regionais à base de cogumelos. O negócio pertence a Mário Tavares, mas a cozinha está sob comando do chef suíço Werner Ritter, que ali prepara receitas recorrendo a produtos endógenos, de que são exemplo as castanhas, cuscos – e cogumelos, naturalmente, sobretudo das variedades, shitake, agaricus, pleurotus e boletus.

A partir das 18.30 horas, n’O Batoque servem-se sugestões como cogumelos salteados com castanha e cuscos de Vinhais com cogumelos, assim como prego e pica-pau. “A ideia é sempre a partilha”, refere Mário Tavares, que, para um casal, sugere uma entrada e um prato, seguidos de pudim caseiro ou bolo de bolacha. Para beber, há vinhos transmontanos e sangria de vinho tinto.

O Batoque (Fotografia: Artur Machado/GI)

MÍSCARO | Chaves

Nuns lagares na freguesia de Redondelo, nasceu um restaurante onde se preza o produto local. Cozinha europeia com produto regional é a proposta do Míscaro, um projeto de família, que merece ser visitado com tempo. Cláudia Campos, transmontana, e Mario Neichel, espanhol, deixaram o bulício de Barcelona com o pequeno Marc e instalaram-se, no ano passado, na freguesia de Redondelo, onde abriram um restaurante nos lagares de uma antiga casa senhorial, com terreno a abraçá-la.

A ideia do chef Mario é trabalhar as matérias-prima locais e sazonais, pelo que a nova carta, em vigor após a reabertura do restaurante, no final da próxima semana, vai apresentar pratos com os cogumelos silvestres da estação, como o boletus eduli e o lactarius deliciosus. Haverá croquetes de míscaros, ovo escalfado com parmentier de batata e cogumelos de temporada, risoto com boletus e abóbora, além de caneloni de carne barrosã DOP com cogumelos de temporada. Os cogumelos pleurotus grelhados, os únicos de cultivo, estão no menu desde a abertura do Míscaro e são para se manter. Petiscos para serem provados no aconchego da lareira ou no agradável pátio.

Míscaro (Fotografia: Artur Machado/GI)

Ana Santos

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