Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas)
Severino foi até o interior da casa e em seguida saiu sorridente com uma garrafa térmica de café e três copos na mão. Ofereceu o café aos passageiros; todos tomaram um café realmente saboroso. O Severino chamou o Nandinho para ajudar, no que foram acompanhados pelo Toninho e pelo homem do casal de passageiros. Em pouco mais que dois minutos, a geladeira jazia no piso do ônibus, na posição horizontal. Travou-se ali um debate do cobrador com o motorista:
- Severino, a geladeira não pode ficar deitada senão ela não vai funcionar, porque sai o óleo de dentro dos tubos dela!
- Nandinho, eu sei que o que pode vazá é o gaiz, mas isso demora mais de uma hora para acontecê! Vam´bora levá a geladeira pra minha casa?
- Vai lá, disse o Nandinho; vai lá disseram Toninho e o homem do casal.
O ônibus seguiu devagar, com o Nandinho o Toninho segurando a geladeira, para que eu ela não escorregasse no piso do ônibus. O ônibus passou por vielas e ruas descalças e sem movimento, atravessando um terreno baldio, até parar defronte uma casa, ainda em construção, sem reboco. De dentro vieram correndo duas crianças na maior alegria:
- Pai, Pai, disseram!
- Severino, não vai me dizer que trouxe a geladeira de ônibus?, disse a esposa.
- Apois Maria: truxe sim!
E pensar que quando saí de Taboão da Serra naquele ônibus que me conduziria ao centro de São Paulo, estava achando a vida tão sem graça! Bastou que o Severino nos perguntasse se alguém estava com muita pressa; como não estávamos, ele saiu do itinerário e a história se fez!
Este é mais um retrato, da periferia. Minhas retinas gravaram o evento; agora o contei.
- “Viva o povo brasileiro”, como diria João Ubaldo Ribeiro.
- Severino, a geladeira não pode ficar deitada senão ela não vai funcionar, porque sai o óleo de dentro dos tubos dela!
- Nandinho, eu sei que o que pode vazá é o gaiz, mas isso demora mais de uma hora para acontecê! Vam´bora levá a geladeira pra minha casa?
- Vai lá, disse o Nandinho; vai lá disseram Toninho e o homem do casal.
O ônibus seguiu devagar, com o Nandinho o Toninho segurando a geladeira, para que eu ela não escorregasse no piso do ônibus. O ônibus passou por vielas e ruas descalças e sem movimento, atravessando um terreno baldio, até parar defronte uma casa, ainda em construção, sem reboco. De dentro vieram correndo duas crianças na maior alegria:
- Pai, Pai, disseram!
- Severino, não vai me dizer que trouxe a geladeira de ônibus?, disse a esposa.
- Apois Maria: truxe sim!
E pensar que quando saí de Taboão da Serra naquele ônibus que me conduziria ao centro de São Paulo, estava achando a vida tão sem graça! Bastou que o Severino nos perguntasse se alguém estava com muita pressa; como não estávamos, ele saiu do itinerário e a história se fez!
Este é mais um retrato, da periferia. Minhas retinas gravaram o evento; agora o contei.
- “Viva o povo brasileiro”, como diria João Ubaldo Ribeiro.
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