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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Um pouco de mim

 
Nasci na cidade medieval de Bragança, terra situada entre as montanhas, com habitações rústicas e monumentos ímpares. Nas calçadas de granito e basalto aprenderam os meus passos a conduzir o meu olhar para a torre do histórico castelo, bem no centro da cidadela. Era imensa vista cá de baixo. Tinha que crescer para poder atingir o topo, tinha que aprender a ler para poder chegar mais alto, mais longe e mais além.
Frequentei então a escola primária das Beatas, uma pequena escola de rústicas paredes, tão rústicas como a lousa onde aprendi a escrever, sob o olhar atento do professor Álvaro Moreira
Cresci, ao som do ruído dos primeiros automóveis, experimentei o rigor do inverno onde o rio gelava completamente, saboreei o bater da chuva nas telhas lá de casa, senti bem de perto o aroma de urzes e giestas, brinquei nos montões de areia que serviram para a construção do liceu, apaguei pela última vez a chama da candeia a petróleo e pela primeira vez liguei um interruptor eléctrico. Que claridade! Quando o desliguei tudo parecia mais escuro que no dia anterior ao apagar a candeia.
As letras e os números começaram a fazer então mais sentido. Poderia agora subir ao topo do castelo.
Subi então! Pude ver ao longe, o liceu onde estudaria, acabado de construir! Só tive que descer as escadas do castelo, para subir durante cinco anos, as escadas do Liceu Nacional de Bragança onde aprendi a ser homem, por entre uma revolução de cravos vermelhos, o gosto pela leitura, pela escrita e o júbilo pelo curso acabado, que me abriria as portas para o futuro. Reli Torga, Garrett e Florbela que me influenciaram para tanto gostar de poesia. Aprendi que ser poeta é ser mais alto, é ser maior, que o sonho comanda a vida, que o amor é fogo que arde sem se ver e que o poeta até pode ser um fingidor.
Pelas contingências da vida, deixei de viver na minha cidade entre as montanhas, para passar a usufruir do longínquo horizonte desta imensa planície ora verde ora branca, em terras do Canadá.
Edmonton é a cidade onde resido onde a diversidade de culturas consegue unificar-se em torno da troca de ideias, usos e costumes, formando uma sociedade muito peculiar...o lugar ideal para ajudar a preservar o que de melhor existe entre os povos- A PAZ.
É para isso que também aqui estou, e para continuar com a esperança de um dia poder voltar à terra que me viu nascer.

Eduardo Mesquita

Podes ler outros textos do autor AQUI.

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