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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 14 de setembro de 2024

Saiba mais sobre a migração de Outono das aves

 O Verão está quase a terminar e os voos buliçosos dos andorinhões desapareceram das cidades e aldeias. Milhares de aves estão a atravessar o Estreito de Gibraltar rumo a África, onde terão alimentação assegurada durante os meses de Inverno. Saiba mais sobre uma das épocas mais importantes para as aves.

Toutinegra-de-barrete (Curruca capirotada). Foto: Rafa Irusta/Shutterstock

Em cada Primavera e Outono, as aves empreendem longas e arriscadas viagens entre as suas áreas de reprodução e de invernada. A Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birdlife) é uma das organizações que estuda este fenómeno – já o faz há 70 anos -, uma vez que a migração é um processo que “permite conhecer melhor o funcionamento dos ecossistemas e dos processos ecológicos, sendo além disso uma ferramenta de alerta para alterações ambientais globais, como a perda de habitats ou alterações climáticas”, explica a organização em comunicado.

Bútio-vespeiro. Foto: Dennis Jacobsen/Shutterstock

Nem todas as espécies e nem todas as populações começam a sua viagem migratória ao mesmo tempo. Por exemplo, os bútios-vespeiros (Pernis apivorus), que começaram a ir-se embora nos últimos dias de Agosto, vão continuar a chegar desde o Norte da Europa nas próximas semanas. Segundo a SEO/Birdlife, chegam a atravessar o Estreito de Gibraltar um total de 60.000 indivíduos todos os anos. Esta será a segunda ave de rapina que em maior número se desloca até África, depois do milhafre-preto (Milvus migrans) que, praticamente quadruplica este número, com mais de 200.000 aves.

O Estreito de Gibraltar é uma ponte crucial para as aves já que liga a Península Ibérica ao Norte de África mas também o Mediterrâneo ao Atlântico. Neste caso, são as pardelas que constituem o maior contingente. Os adultos começam primeiro a migração e os juvenis seguem a mesma rota alguns dias depois.

Dezenas de milhares de pardelas-baleares (Puffinus mauretanicus), espécie Criticamente Em Perigo, pardelas-sombrias (Puffinus puffinus) e cagarras-do-mediterrâneo (Calonectris diomedea) atravessam este braço de mar até ao oceano, onde se expandem até chegar, inclusivamente, às costas do continente americano.

Mas também existe uma importante migração latitudinal que afecta outras aves marinhas que nidificam nas ilhas do Norte da Europa. Entre estas destacam-se os gansos-patolas (Morus bassanus) – a maior ave marinha que ocorre habitualmente em águas portuguesas, segundo o portal Aves de Portugal -, que podem ser observados a partir da costa cantábrica e atlântica, sobretudo a partir dos cabos mais proeminentes, como o Cabo Carvoeiro, o Cabo Espichel e o Cabo Sardão.

Ganso-patola. Foto: Kuttelvaserova Stuchelova/Shutterstock

Estas aves deslocam-se em grupos de centenas de indivíduos e lançam-se nas águas marinhas como setas para perseguir as suas presas debaixo de água.

A SEO/Birdlife lembra que “as mais pequenas das aves migratórias – passeriformes como os papa-moscas, as toutinegras, as felosas, entre muitas outras – não se vêm tão obrigadas como as grandes aves planadoras a utilizar esse estreito”. Mas ainda assim, e apesar do seu tamanho pequeno, cruzam enormes superfícies de mar onde não podem pousar nem alimentar-se. “Muitas chegam exaustas a terra, com frequência a ilhas ou ilhéus do Mediterrâneo e no oceano Atlântico, onde conseguem recuperar forças para continuar a sua viagem extenuante.”

Helena Geraldes

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