A iniciativa inovadora já começou a ser implementada e vai decorrer até julho de 2027. Hélder Pires, um dos responsáveis do projeto, conta que o objetivo é promover o uso equilibrado e saudável do telemóvel, vídeos jogos e apostas on-line entre os jovens, dos 12 aos 16 anos, através das artes e de uma metodologia sistémica. “A ideia inicial seria sinalizar jovens a partir do público escolar, indo às escolas. Pensámos na franja entre os 12 e os 16 anos, conseguindo implementar estratégias de psicoterapia e terapia familiar, numa intervenção um pouco sistémica, e depois intervenção por via das artes, com recurso a técnicas de teatro. E dessa forma, conseguir reduzir o tempo de permanência. O objetivo é que cada um destes jovens vá ganhando estratégias de coping e outras que lhe permitam, de facto, reduzir o uso do telemóvel ou do tablet ou dos computadores. A questão é, de facto, haver uma redução, mas no sentido de fazer uma utilização boa, eficaz, saber utilizar de forma saudável estas tecnologias”.
O projeto XPTO não se foca apenas nos jovens e envolve também as suas famílias e a comunidade escolar. “Temos a noção, e isso está já documentado, que esta dependência traz conflitos entre os jovens e a família, muitas vezes, porque as famílias querem retirar o telemóvel ou querem desligar a internet e isso está a trazer conflitos parentais. A nossa estratégia passa um pouco por isso, dar ferramentas à família, como lidar com estas situações. Individualmente cada jovem vai ser trabalhado pela psicóloga, no sentido de lhe transmitir ferramentas e estratégias para ele conseguir auto regular-se, ao longo do dia, com a redução e a permanência”.
O projeto conta com uma equipa multidisciplinar composta por uma psicóloga, uma professora, um gestor e avaliador de impacto social e cinco monitores de artes. Destina-se a jovens com vulnerabilidade e este ano, está a ser implementado nas escolas de Bragança, Vinhais e Vimioso e vai ser alargado às restantes escolas do distrito. “Este projeto tem a particularidade de estar desenhado para jovens com vulnerabilidades. Portanto, desde que estas vulnerabilidades existam e estejam identificadas, associando-o à questão da problemática do telemóvel, pode ser intervencionado e sinalizado. Neste primeiro ano estamos com os três agrupamentos de Bragança e vamos associar Vinhais e Vimioso também. Não obstante, há a particularidade de, se formos abordados pelas famílias com essas problemáticas, estamos perfeitamente receptivos a fazer essa intervenção, ou seja, não estamos fechados aos 50 que temos previstos, se forem mais, são mais”.
O projeto está orçado em mais de 246 mil euros sendo financiado em cerca de 157 mil euros pelo Portugal Inovação Social, através do Programa Regional Norte 2030 e cofinanciado pelo Fundo Social Europeu. Conta também com o apoio do Banco BPI Fundação “la Caixa”, a Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda, a PA Insurance e a União das Freguesias de Sé Santa Maria e Meixedo.
Ao fim dos 3 anos de implementação do projeto, esta equipa da Fundação casa do Trabalho espera que 70% dos participantes adotem práticas tecnológicas mais saudáveis.
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