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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Confeção da Amêndoa Coberta de Torre de Moncorvo candidata a Património Imaterial da UNESCO

 O Município de Torre de Moncorvo vai submeter a confeção da Amêndoa Coberta a Património Imaterial da UNESCO, em colaboração com a Confraria da Amêndoa Coberta de Torre de Moncorvo – IGP, e o agrupamento de produtores.


O processo está pronto e será submetido no próximo mês. O objetivo é conseguir elevar a divulgação deste produto para um patamar superior, depois de se ter conseguido alcançar o selo IGP (Indicação Geográfica Protegida) em 2018, um processo que demorou cerca de 4 anos, como explica Joaquim Morais, Grão-Mestre da Confraria, mas que permitiu ser um instrumento de promoção e valorização deste produto que é único no mundo, e que é um dos ex-libris, desta vila transmontana:

“Foram quatro anos de luta que tivemos para conseguir a certificação da Comunidade Europeia. Nós iniciámos este processo através da Confraria, e passado um ano, foi nos comunicado que não poderia ser a Confraria a apresentar a candidatura. Tinha de ser um agrupamento de produtores. Teve de ser criado esse agrupamento de produtores, com todos que se comprometeram a fazer parte do agrupamento, para apresentar esta candidatura. Foi aproveitado este layout que já estava realizado, realizou-se essa candidatura. Que teve o apoio do município de Torre de Moncorvo, inquestionável. E conseguiu-se, depois da apreciação a nível comunitário, passou à fase mundial, e como não se produz em nenhum local do mundo, foi atribuída a classificação de IGP”.

Neste momento só existem duas unidades de produção em Torre de Moncorvo, com o processo de certificação, o que muito lamenta o Grão Mestre da Confraria, apesar de a Câmara Municipal ter aprovado um apoio destinado aos produtores de amêndoa coberta, assumindo o valor da anuidade pago para o processo de certificação, que são 500 euros.

Joaquim Morais também possuiu uma loja onde é vendido este produto que salienta que é procurado todo o ano, sendo que na Páscoa, tem mais relevo:

“Tem picos de procura. Como é lógico, mas é procurado todo o ano, na loja e com clientes que temos espalhados pelo país. No entanto, tem um pico de vendas, a partir desta altura, na Páscoa. Porque essencialmente é um produto pascal, mas vai se vendendo todo o ano. Não se vendem em toneladas, mas é um produto que demora 8 dias a produzir, durante 8 horas por dia”.

Também é preciso explicar que a Confraria da Amêndoa Coberta de Torre de Moncorvo – IGP surge agora, com novo nome, depois de mais de 11 anos de existência como Confraria da Amêndoa do Douro Superior, depois de surgir uma outra muito similar, em novembro de 2021, sediada no concelho vizinho com um âmbito nacional.

Joaquim Morais, defende que se a confraria não tivesse interesse em promover este produto esta arte, de fabrico artesanal, e único no mundo tinha se perdido ao longo dos tempos. Colocando em evidência que agora já são cerca de 15 cobrideiras a “dar voltas ao latos de cobre, aquecidos com amor e carinho, que com as voltas de mãos de fada, para dar lugar à iguaria típica”:

“Já tentámos e já conseguimos dar formação a mais algumas cobrideiras. Se nós não tivéssemos realizados todos os esforços com o objetivo deste projeto, não sei se ainda haveria pessoas a produzir amêndoa coberta.

Neste momento, já há cerca de 12 a 15 pessoas que ainda fazem amêndoa coberta, uns de uma maneira, certificada ou não. Nós aí, não temos que interferir, quem terá que interferir são as entidades que fiscalizam este produto. E o selo de certificação é a garantia que tem todas as condições de higiene alimentar. Vamos tentar defender este produto para que tenha o destaque que merece e aquilo que representa em Moncorvo. Houve um medo que esta forma de produzir amêndoa se perdesse”.

A Confraria da Amêndoa Coberta de Torre de Moncorvo – IGP conta com cerca de 50 confrades.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE
Fotografia: Loja Arte, Sabor e Douro

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