Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Livro “Pedro Alecrim” em língua mirandesa

 O livro “Pedro Alecrim”, do escritor António Mota, foi traduzido para língua mirandesa, com o título “Bai Pedro Bai”, numa alusão ao cancioneiro tradicional mirandês.


O livro foi publicado originalmente em 1988, conta com mais de 40 edições e relata o ambiente rural de um adolescente.

“Em ‘Bai Pedro Bai’, conhecemos Pedro, um rapaz que observa o quotidiano da sua aldeia e da sua escola com olhos curiosos e uma alma inquieta e começa a descobrir o mundo. Não é um menino rico, mas que gosta das coisas simples da vida”, disse o autor.

Vencedor do Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, o livro tem a seguinte sinopse: “Pedro Alecrim reparte os seus dias entre a escola, as brincadeiras com os amigos e o trabalho no campo para ajudar a família. Pedro gosta de andar na escola, embora se interrogue sobre a utilidade de algumas matérias e nem sempre aprecie o feitio de alguns professores. Os dias vão passando, com sonhos, alegrias e tristezas. A morte do pai alterará tudo”.

Segundo António Mota, o livro despertou a atenção dos tradutores para língua mirandesa, após uma apresentação em Miranda do Douro em 2023.

De acordo com a editora Asa, em comunicado, na versão em língua mirandesa de “Pedro Alecrim” “a história ganha uma nova sonoridade, preservando toda a sensibilidade e humor do original, enquanto valoriza e celebra o património linguístico e cultural de Portugal”.

Para Carlos Ferreira, um dos tradutores da versão mirandesa da obra, a par de Alice Almendra Ferreira, “Pedro Alecrim” é uma obra literária que muito se adapta à Terra de Miranda.

“A personagem do livro é uma criança que anda no sexto ano que vai e vem da escola e ajuda os pais na lavoura. Este livro acaba por ser biográfico, porque foi este o meu caminho”, relatou Carlos Ferreira.

No que respeita à tradução para língua mirandesa, segundo o tradutor, é feita de forma muito direta, porque está cheia de vocabulário ligado ao campo, área em que o mirandês está muito especializado.

“Acho que este livro vai ser muito importante, porque o ensino do mirandês nas escolas tem falta deste tipo de obras literárias de apoio e escritas na segunda língua oficial em Portugal. Assim, este livro vai ser um reforço para o ensino do mirandês nas escolas”, enfatizou Carlos Ferreira.

Segundo o tradutor existe muito pouca literatura para a faixa etária infantojuvenil em língua mirandesa. “Há muitas obras traduzidas para mirandês de várias temáticas, mas muito poucas para jovens”, observou.

O livro “Bai Pedro Bai” é apresentado no dia 17 setembro, Dia da Língua Mirandesa.

O mirandês passou a segunda língua oficial em Portugal há 27 anos, após a aprovação, na Assembleia da República, em 17 de setembro de 1998, da lei que reconhece esse estatuto ao idioma falado no concelho de Miranda do Douro e parte dos concelhos de Vimioso e Mogadouro, no distrito de Bragança.

O mais recente estudo feito pela Universidade de Vigo, com apoio e colaboração da Associação de Língua e Cultura Mirandesa, concluiu que haverá cerca de 3.000 falantes de mirandês na Terra de Miranda e que, se nada for feito, a língua caminhará para o seu declínio.

O mirandês é lecionado nas escolas de Miranda do Douro como disciplina opcional, sendo frequentada por mais de 80% dos alunos.

Sem comentários:

Enviar um comentário