Tal como acontece com quase todas as freguesias do concelho, delimita o município a ocidente e a oriente. A ocidente, delimita-o de Torre de Moncorvo. A oriente, delimita-o de Espanha. O seu povoamento remonta a épocas bem anteriores à fundação da Nacionalidade.
O sítio arqueológico da Mulher de Pedra, no Cabeço da Escória, data da Idade do Ferro. Ali foi descoberta, no meio de fragas graníticas, uma escultura de berrão. Apesar do nome, trata-se da escultura de um porco macho. Falta-lhe a cabeça e apresenta gravados no dorso cinco covinhas e uma figura em forma de T. O monumento Neo-Calcolítico de Arcal localizava-se numa zona de planalto, pontuada por afloramentos graníticos e sobranceira à ribeira de Arcal. Teria cinco esteios, mas dele não resta hoje em dia qualquer vestígio.
O monumento megalítico de Cruz do Montinho, na zona de Malhós, datava do período Neo-Calcolítico. Este monumento, provavelmente uma anta, terá sido destruído pela abertura da estrada 221 entre Fornos e Lagoaça. Do mesmo período era o monumento megalítico de Mesquita / Mina dos Mouros, situado numa vasta zona aplanada com alguns afloramentos graníticos e com algumas pequenas linhas de água. Essa anta seria constituída por cinco esteios, mas hoje em dia nada parece restar da sua existência.
O monumento megalítico de Lameira Longa, em Cabeça da Escória, situar-se-ia a cerca de duzentos ou trezentos metros a sul da Fraga do Gato, É uma zona de planalto, pontuada por afloramentos graníticos, sobranceira à ribeira da Albagueira.
No entanto, não existe, hoje em dia, qualquer vestígio da sua existência. Da Pré-História recente era o sítio arqueológico de Fraga do Gato. É constituído por uma rocha granítica de médias dimensões, situada numa plataforma rochosa elevada e delimitada por duas pequenas linhas de água afluentes da ribeira da Albagueira. Aí foi detectada uma figura zoomórfica gravada que representaria um gato.
Amílcar Paulo fotografou a rocha, entretanto destruída, em 1967, e nessa fotografia pode ver-se claramente um animal, com o corpo e a cabeça esboçados, e as quatro patas e a cauda representadas. Segundo o abade de Baçal, haveria nas proximidades da Fraga do Gato uma outra rocha onde estaria gravada uma ferradura, mas dela parece não subsistir igualmente qualquer vestígio.
Relativamente perto da Estação ferroviária de Freixo de Espada à Cinta, apareceu uma estela funerária em granito do período romano. A inscrição é a seguinte: PRISCVS / ANDAMI / FLAVIANVS / AN LXV / H S EST. Actualmente, está na posse da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta. A Necrópole medieval de Cabeço da Escória situava-se numa suave elevação, sobranceira à ribeira de Albagueira e repleta de grandes aglomerações de rochedos graníticos.
Ainda hoje, pode ver-se o que resta dessa velha necrópole: três sepulturas escavadas na rocha. São de forma ovalada e estão orientadas de norte para sul. Foram encontradas grandes quantidades de escória de ferro em redor das sepulturas. De datação indeterminada é o sítio arqueológico de Penedo da Cobra do Prado de Junco, no qual foram detectados vestígios de arte rupestre.
Num rochedo granítico, do lado esquerdo do riacho, de forma esferóidea, há um sulco desde o alto da fraga até à base que parece representar um ofídio. Os ofídios são animais inteiramente sem membros, sem cinturas peitoral e pélvica. O sítio arqueológico de Pata do Mouro também tem datação indeterminada. Encontra-se num pequeno afloramento granítico, baixo e irregular, situado muito perto da nascente da ribeira do Arcal. Numa das rochas, foi detectada uma pegada. A nível eclesiástico, Fornos foi uma vigararia da apresentação " ad nutum " da Colegiada de Freixo de Espada à Cinta. Em termos administrativos, esteve anexada ao concelho de Torre de Moncorvo desde 26 de Junho de 1896 até 13 de Janeiro de 1898, enquanto durou a supressão do concelho de Freixo de Espada à Cinta. Depois deste curto período, regressou ao seu concelho.
No que diz respeito ao património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de Santa Eulália. É um templo da primeira metade do século XVII, de planta rectangular, que compreende nave, sacristia e capela-mor. É um edifício em pedra, cuja fachada principal tem adossada torre sineira com dois pisos. No interior, sobressai o altar-mor de talha dourada. Profusamente decorado, apresenta uma sucessão de seis arquivoltas decoradas com mascarões, elementos vegetalistas, "putti" e elementos da Paixão de Cristo, interrompida por raios, assentes em igual número de colunas salomónicas cobertas de parras de uva, cachos e fénices. O tecto é em caixotões.
A Capela do Senhor da Rua Nova, ou Capela de Santo Cristo, está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1984. A sua construção foi concluída em 1743, conforme data inscrita na torre sineira. É um templo que apresenta características maneiristas e tardo-barrocas, de planta quadrada, com nave única e capela-mor. A fachada principal termina em empena truncada por sineira. Interiormente, é coberta por abóbada de berço de caixotões. O retábulo-mor é tardo-barroco, de planta recta e três eixos.
Para contemplar as belezas naturais da região, temos o Miradouro do Carrascalinho, de onde é possível observar o rio Douro e a província espanhola de Salamanca. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em «Diário da República» em 10 de Agosto de 2001, é a seguinte: «Armas - Escudo de ouro, um rodízio de moinho de vermelho, realçado de negro, encimado por uma cruz de calvário com sua base de três degraus, de negro, tudo entre dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro; campanha diminuta de três tiras ondadas de azul e prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ FORNOS – FREIXO DE ESPADA À CINTA“»
Área: 2890,46 ha
População: 302 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas do Senhor da Rua Nova, de Nossa Senhora da Assunção, de Stº António, de Stª Bárbara, Fonte do Chido, Nicho de Nossa Senhora Auxiliadora, Nicho do Senhor da Rua Nova, Cruzeiro do Largo do Stº, Cruzeiro no Largo do Calvário, Forno Comunitário, Palheiros Tradicionais, Pombais Tradicionais, Edifício da Sede da Associação Desportiva e Cultutal de Fornos, Edifício do Centro da Dia, Pavilhão Multiusos
Património Paisagístico: Miradouros do Carrascalinho, Serrinha de Stª Bárbara, Picão das Pombas, Picão do Mourinho, Arribas do Douro Internacional
Festas e Romarias: Festas de Stª Bárbara no 3º Domingo de Maio, Festa da Páscoa, de Stº António no 1º Fim-de-semana de Junho, de Nossa Senhora da Assunção a 15 de Agosto, do Divino Senhor da Rua Nova no 1º Fim-de-semana de Setembro, de Nossa Senhora de Fátima -Festa da Juventude
Gastronomia: Enchidos, Cabrito Assado em Forno de Lenha, Grelos com Marrã "Carne de Porco", Cordeiro ou Borrego Assado no Forno de Lenha, Queijo de Ovelha, Vagem Seca com Bucho, Bacalhau Assado na Brasa, Dormidos, Rosca
Locais de lazer: Arraial do Senhor da Rua Nova, Circuito Pedonal do Carrascalinho, Circuito Pedonal do Picão do Mourinho, Circuito Pedonal das Arribas do Douro, Circuito Pedonal da Serra de Stª Bárbara, Centro Social Paroquial de Fornos, Sede e Bar da Associação Desportiva e Cultural de Fornos, Salão de Festas da Junta
Espaços lúdicos: Campo de Futebol, Polidesportivo, Sede e Bar da Associação, Salão de Festas da Junta, Largo do Senhor da Rua Nova, Largo da Praça, Largo do Stº e espaço circundante do Edifício Sede da Junta de Freguesia
Artesanato: Tecelagem
Lenda: A Pata do Mouro
Orago: Stª Eulália
Principais actividades económicas: Comércio, Agricultura, Criação de Gado
Colectividades: Associação Desportiva e Cultural de Fornos
Retratos e Recantos
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