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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 8 de setembro de 2012

Roubos às hortas estão a aumentar


Há cada vez mais relatos de agricultores que se queixam de ver as suas hortas assaltadas ou destruídas. 
O fenómeno não é de agora mas há mesmo quem diga que há mais de 70 anos que não se via uma coisa como agora. Sobretudo nas zonas mais próximas da cidade, que há alguns anos passavam despercebidas por ainda estarem longe do perímetro urbano, viram-se agora quase envolvidas pelos bairros da cidade. 
Por outro lado, para além da pressão demográfica, também a crise que se vive poderá estar a contribuir para as incursões às hortas alheias. Luísa Gonçalves tem uma das várias hortas comunitárias na Veiga de Gostei. Este ano já tem a lamentar o roubo de feijões. “Normal isto não é”, garante, até porque já encontrou os ladrões, que foram dois. Mas decidiu não apresentar queixa à GNR. “Só porque um deles foi sincero e confessou”, assegura. 
Eurico Pires é um vizinho e, apesar de este ano ainda estar a salvo, mostra-se desanimado com as sucessivas incursões que os amigos do alheio fizeram às suas hortas, nos últimos anos. “Isto é muito perto da cidade e um lugar de passagem. 
Tem havido todos os anos. Nunca me queixei porque isso não nos leva a lado nenhum”, lamenta. De facto, à GNR de Bragança são poucas ou nenhumas as queixas de assaltos em hortas nas zonas limítrofes da cidade. Também a PSP não tem registos, porque são situações difíceis de provar. 
Enquanto isso, as coisas vão desaparecendo das hortas. “No ano passado levaram-me dez molhos de cebolas, tomates, pimentos e abóboras, então, de uma vez levaram-me 27. Escolheram as melhores”, recorda Eurico Pires. Por tudo isso, há já quem tenha optado por não voltar a cultivar, tal a desolação vivida quando se chega à horta e não se vê o fruto do trabalho. “Vêem a gente feita escrava e depois vão lá buscar”, desabafa Luísa Gonçalves, que admite poupar bastante dinheiro ao fim do mês com aquilo que colhe na sua horta. “Poupa-se muito dinheiro, é uma fartura de batatas todo o ano, feijões, repolhos, etc”, explica. Curiosamente, as cebolas são dos produtos que mais desaparecem. 
Por isso, e por ver as hortas vizinhas já assaltadas, António Gonçalves, que tem várias hortas noutro ponto da cidade, já foi à terra levantar tudo. Só ficaram as batatas. Mas já são as únicas. “Antes que fossem lá por mim, já trouxe tudo para casa”, explica. Todos os anos tem sido vítima de furtos. 
No ano passado ficou sem grande parte das cebolas que tinha plantado, mas também sem feijões, tomates, pepinos. Melões e melancias foram todos destruídos e, por isso, já deixou de os semear. “Há 70 anos que não via uma coisa assim”, recorda. 
Dos seus vizinhos já desapareceram cebolas e até batatas”, algo que costuma passar incólume. Por isso, Eurico Pires e a mulher admitem que há alguns dos vizinhos a irem vigiar as hortas, durante a noite.
A moda que pega
Com muitos transmontanos espalhados pelo país, a moda da horta tem alastrado às grandes cidades. No distrito de Bragança também são vários os concelhos a aderir às hortas comunitárias, como Alfândega da Fé ou Torre de Moncorvo. 
Em Mirandela, por exemplo, surgiu mesmo um projeto apoiado pela EDP, no âmbito da escola de agricultura de Carvalhais. Mesmo se muitos dos habitantes citadinos durante a semana regressam à aldeia ao fim de semana onde têm a sua horta, o Instituto Politécnico de Bragança registou uma grande procura às hortas que disponibilizou à comunidade. E são cada vez mais as Instituições de Solidariedade Social a descobrir a imensidão da poupança que conseguem mensalmente com o recurso à prata da casa (neste caso, aos legumes lá da horta). 
A Obra Social Padre Miguel ou a Fundação Betânia são apenas dois exemplos.

Por: António G. Rodrigues/David Vaz
in:mdb.pt

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