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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pedra Donai é única na Europa


A pedreira verde de Donai, às portas da cidade de Bragança, extrai uma pedra rara, que é única no País e, até, na Europa.
O maciço de serpentino verde foi descoberto naquela localidade já lá vão 52 anos, quando o pedreiro conselheiro, Joaquim Gomes, decidiu procurar em Portugal uma pedra semelhante àquela que era importada do estrangeiro para fazer grandes obras.
Depois de alguns meses a descobrir a geologia do País, foi no Nordeste Transmontano que Joaquim Gomes encontrou um maciço de pedra com características únicas.
“Esta pedra é única em Portugal e até na Europa. Em Itália, Índia, China e Guatemala existem pedras parecidas ao serpentino apenas na cor, uma vez que têm muito menos resistência”, salientou o empresário. 
O serpentino português, também conhecido por pedra verde de Donai, distingue-se dos outros materiais pela sua elevada resistência ao desgaste, ao choque e também às alterações climatéricas. No entanto, as suas aplicações restringem-se a fins ornamentais, devido ao seu preço elevado.
Pedra usada em acabamentos de luxo
No Nordeste Transmontano, a pedra verde tem sido usada, essencialmente, na construção de obras públicas. A catedral de Bragança, as igrejas de Donai e de Macedo de Cavaleiros e o banco Totta são algumas das obras que empregaram o serpentino português. 
Além disso, este ex-libris de Donai também está visível em estátuas que embelezam alguns jardins da cidade de Bragança. 
Francisco Rodrigues é funcionário da pedreira verde de Donai há 15 anos e conta como é difícil trabalhar esta pedra. “Muitas vezes pega-se num bloco com quatro ou cinco metros e depois de cortado dá pedras, apenas, com um metro e meio. Dado que os custos de exploração são elevados, o preço final também acaba por ser inflacionado”, realça este pedreiro.
O elevado preço das peças, que pode variar entre os 30 e os 80 euros por metro quadrado, leva os construtores a recorrerem a outros materiais, nomeadamente ao granito e ao mármore.
Novas aplicações do serpentino
Para garantir a continuidade desta exploração, que se encontra a trabalhar a “meio gás” desde o início deste ano, Joaquim Gomes está a apostar no serpentino serrado, que pretende substituir as pedras tradicionais, nomeadamente o granito e as ardósias. Este material já está a ser implementado no mercado português e espanhol, pervendo-se que venha a ser usado no revestimento de paredes, na pavimentação de chãos, bem como na cobertura de telhados.
“Em Espanha é frequente utilizarem a lousa nos telhados. Nós pretendemos substituir este material com o serpentino, que tem uma qualidade superior tanto ao nível da resistência como da impermeabilidade”, sublinha Francisco Rodrigues.
Até ao momento, a pedra verde de Donai é polida para ser aplicada em fins decorativos. No futuro pretende-se usar este serpentino só serrado, que se for molhado e encerado ganha a mesma tonalidade verde que o serpentino polido. 
Alargar a exploração
Assim, a promoção e a exportação do serpentino serrado são os próximos trunfos de Joaquim Gomes para contrariar a quebra nas vendas.
A aposta neste novo material é, ao mesmo tempo, uma forma de garantir a continuidade da exploração deste maciço raro, que não escapa à crise económica que abala o País.
Recorde-se que na pedreira de Donai já trabalharam cinco homens diariamente, só que, no início deste ano, a oferta superou a procura levando à paragem da extracção.
Com a comercialização do serpentino serrado, que vai permitir rentabilizar ao máximo a exploração, a unidade de Donai vai passar a transformar a pedra que, até agora, era transportada para o Porto e Braga, onde era trabalhada. 
Se a ampliação desta unidade industrial se concretizar, serão criados vinte postos de trabalho, um número significativo para um concelho como Bragança.

Notícia de 2005 no Jornal Nordeste

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