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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
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N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Pedra Donai é única na Europa
A pedreira verde de Donai, às portas da cidade de Bragança, extrai uma pedra rara, que é única no País e, até, na Europa.
O maciço de serpentino verde foi descoberto naquela localidade já lá vão 52 anos, quando o pedreiro conselheiro, Joaquim Gomes, decidiu procurar em Portugal uma pedra semelhante àquela que era importada do estrangeiro para fazer grandes obras.
Depois de alguns meses a descobrir a geologia do País, foi no Nordeste Transmontano que Joaquim Gomes encontrou um maciço de pedra com características únicas.
“Esta pedra é única em Portugal e até na Europa. Em Itália, Índia, China e Guatemala existem pedras parecidas ao serpentino apenas na cor, uma vez que têm muito menos resistência”, salientou o empresário.
O serpentino português, também conhecido por pedra verde de Donai, distingue-se dos outros materiais pela sua elevada resistência ao desgaste, ao choque e também às alterações climatéricas. No entanto, as suas aplicações restringem-se a fins ornamentais, devido ao seu preço elevado.
Pedra usada em acabamentos de luxo
No Nordeste Transmontano, a pedra verde tem sido usada, essencialmente, na construção de obras públicas. A catedral de Bragança, as igrejas de Donai e de Macedo de Cavaleiros e o banco Totta são algumas das obras que empregaram o serpentino português.
Além disso, este ex-libris de Donai também está visível em estátuas que embelezam alguns jardins da cidade de Bragança.
Francisco Rodrigues é funcionário da pedreira verde de Donai há 15 anos e conta como é difícil trabalhar esta pedra. “Muitas vezes pega-se num bloco com quatro ou cinco metros e depois de cortado dá pedras, apenas, com um metro e meio. Dado que os custos de exploração são elevados, o preço final também acaba por ser inflacionado”, realça este pedreiro.
O elevado preço das peças, que pode variar entre os 30 e os 80 euros por metro quadrado, leva os construtores a recorrerem a outros materiais, nomeadamente ao granito e ao mármore.
Novas aplicações do serpentino
Para garantir a continuidade desta exploração, que se encontra a trabalhar a “meio gás” desde o início deste ano, Joaquim Gomes está a apostar no serpentino serrado, que pretende substituir as pedras tradicionais, nomeadamente o granito e as ardósias. Este material já está a ser implementado no mercado português e espanhol, pervendo-se que venha a ser usado no revestimento de paredes, na pavimentação de chãos, bem como na cobertura de telhados.
“Em Espanha é frequente utilizarem a lousa nos telhados. Nós pretendemos substituir este material com o serpentino, que tem uma qualidade superior tanto ao nível da resistência como da impermeabilidade”, sublinha Francisco Rodrigues.
Até ao momento, a pedra verde de Donai é polida para ser aplicada em fins decorativos. No futuro pretende-se usar este serpentino só serrado, que se for molhado e encerado ganha a mesma tonalidade verde que o serpentino polido.
Alargar a exploração
Assim, a promoção e a exportação do serpentino serrado são os próximos trunfos de Joaquim Gomes para contrariar a quebra nas vendas.
A aposta neste novo material é, ao mesmo tempo, uma forma de garantir a continuidade da exploração deste maciço raro, que não escapa à crise económica que abala o País.
Recorde-se que na pedreira de Donai já trabalharam cinco homens diariamente, só que, no início deste ano, a oferta superou a procura levando à paragem da extracção.
Com a comercialização do serpentino serrado, que vai permitir rentabilizar ao máximo a exploração, a unidade de Donai vai passar a transformar a pedra que, até agora, era transportada para o Porto e Braga, onde era trabalhada.
Se a ampliação desta unidade industrial se concretizar, serão criados vinte postos de trabalho, um número significativo para um concelho como Bragança.
Notícia de 2005 no Jornal Nordeste
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