Local: Vilas Boas, VILA FLOR, BRAGANÇA
Havia um homem que trabalhava de sol a sol na arte de carpinteiro. E para sustentar a família, tinha que se deslocar da sua aldeia, e ia por caminhos de cabras, ou seja, trilho ruim. E então esse trabalhador deslocava-se de Carvalhal para Freixiel que era bastante longe.
Certo dia, de regresso a casa, ao chegar perto do rio Tua, apercebeu-se que era seguido por um bando de patos, e pensou de si para si:
— Lá deixei o portão do quinteiro aberto!
Tentou chotá-los para trás, mas eles não obedeciam. Então chatiado, pegou numa foice que trazia ao ombro e atirou-lhes, dando com ela numa asa de uma das patas. E logo ali apareceu uma mulher despida. O trabalhador foi então cercado pelo resto do grupo das patas.
O homem, cheio de medo, como não tinha como defender-se, despiu o casaco e atirou-lhes com ele para cobrir a pata ferida. Em vez de patos, eram feiticeiras que o seguiam. Foi um grande medo e as patas ameaçaram-no que, se falasse para alguém do episódio, ele morreria. E pelo outro dia, apareceu-lhe o casaco à porta de casa.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2 Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010 , p.294
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(Henrique Martins)
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