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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nomeada dos habitantes de Regodeiro

(freguesia das Múrias e concelho de Mirandela)?

Foto: Luís Liberal
Porque se acredita mais depressa numa gralha ou erro do consagrado Abade de Baçal (ou de um qualquer académico espertalhaço) do que na tradição dos habitantes de Regodeiro? Chegará ouvirmos de orelha dos que já ouviram mal ou copiarmos o que está errado em livros?

Apesar da grandeza do Abade de Baçal os erros têm que ser sempre contestados e corrigidos. Hoje, já não há os revisores de provas de antanho e quem revê, na maioria dos casos não domina grande parte do saber, daí serem vulgares os erros e as gralhas, mesmo nos académicos e escritores mais rigorosos. Por isso, um jubilado lente de Coimbra me disse, há anos, na apresentação de um meu livro: - já viu algum livro sem erros? Pelo menos nos livros e textos que escrevo e nos que vou lendo (até em Prémios Nóbeis) lá vão aparecendo erros ou gralhas.

Voltando ao Regodeiro, a lenda ou a memória oral não deixam dúvidas, os seus habitantes chamam-se «Gateiros». Gateiros não no sentido de gatos, mas de augueira ou levada que «asseibaba» as terras mimosas, para que, no estio, houvesse fartura para os regodeirenses e para os animais que eram a extensão da família, e abundassem as «castanhas da terra» e a gradura nos meses de míngua, ou seja, «do castanho ao cerejo». Diz a memória oral ou a lenda que em tempos recuados foram provocados ou enganados, por dois mariolas que, empoleirados ou acoitados cada um na croa de seu negrilho, e terão, alternadamente, soltado gritos de arrebate: - à Gateira! Foram todos, de fouces, forcadas, varapaus e fusis, defender o rego de água ou augueira comum e viram que tudo corria como desejavam. A novo grito responderam com igual ímpeto. Estes logros espicaçaram-lhes o orgulho comunitário e a partir dessa data longínqua passaram a considerar ofensivo que alguém lhes falasse ou gritasse «à Gateira»!

Mudam-se os tempos, adoçam-se os ímpetos e hoje vêem a nomeada, «à Gateira», como memória imaterial da sua aldeia. Não faz sentido, nem prestigia o pelouro cultural do Município de Mirandela (nem prestigiados dicionários trasmontanos), que no site www.mirandela.com conste que os de Regodeiro são «Gaiteiros». Mas que gaita é esta permanecer no erro? Tanto mais que, no melhor dicionário do concelho «Mirandelês» e no de «Falares de Mirandela», que o complementa, em parte (estou a ultimar o terceiro livro), está bem explícito e fundamentado que OS DE REGODEIRO SÃO «GATEIROS». Também sugiro que estas duas publicações constem no site oficial municipal.

Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net

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