A mosca da azeitona está este ano a obrigar a antecipar a colheita. O ataque da praga aos olivais da região tem atingindo em especial a variedade verdeal transmontana. A qualidade do azeite pode ser posta em causa, se a apanha não for feita antes das primeiras geadas.
Emanuel Batista, técnico da Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), explica que o gelo pode levar à oxidação do fruto. “A AOTAD está aconselhar os agricultores a antecipar a colheita, evitando que quando vierem os primeiros gelos e a exposição da própria azeitona ao ar oxide e danifique a qualidade do futuro azeite”,sublinha o técnico.
A verdeal é a segunda variedade que mais representa a região, rondando os 30 por cento. Nos olivais de verdeal o problema pode afectar 90 por cento da produção, sendo a zona mais atingida a Terra Quente.
Emanuel Batista explica que a verdeal transmontana já foi a oliveira mais representativa da região, mas a diminuição da aposta na variedade nos novos olivais pode levar à vulgarização do azeite transmontano. “O azeite proveniente da verdeal transmontana é mais estável, devemos fazer equilíbrio entre a verdeal e as restantes para que, no futuro, o azeite de Trás-os-Montes não seja um azeite vulgarizado, como o do Alentejo e o espanhol. Quando não se diferenciar vamos destruir a galinha dos ovos de ouro que temos em Trás-os-Montes com o azeite", alerta Emanuel Batista.
O engenheiro em óleos alimentares teme que o azeite transmontano deixe de ter as características únicas e distintivas, e se transforme em mais uma azeite, indiferenciado. Para evitar esta situação, Emanuel Batista recomenda que se faça um equilíbrio entre as diferentes variedades, por forma a que a estabilidade do azeite seja alcançada.
Escrito por Brigantia
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