sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dívida da Câmara de Freixo gera discórdia

Está longe de gerar consenso o valor da dívida na Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta.
A presidente, Maria do Céu Quintas, diz que quando chegou à autarquia a dívida era superior a 19 milhões de euros. O ex-presidente e vereador da oposição, José Santos, diz que deixou uma dívida de 16,5 milhões.
Ainda assim, Maria do Céu Quintas, eleita pelo PSD, assegura que já conseguiu reduzir o valor da dívida durante o primeiro ano à frente do Município, que continua endividado. “Em termos de dívida baixámos à volta de 1,7 milhões, com subsídios que foram entrando, fomos pagando e fomos poupando. Em tudo o que podemos cortar cortamos, e vamos canalizando para pagar dívida. Neste momento a dívida anda nos 16,7 milhões. 
Quando cheguei eram 19 milhões”, salienta a edil. A autarca diz que as grandes obras que foram feitas foram parte do problema, que agora põe em causa a candidatura a fundos comunitários. “As obras grandes que foram feitas foram parte da origem desta dívida que aqui está. Obras dessas não é possível fazê-las e vamos ver nas candidaturas que aí vêm se podemos concorrer a elas, porque temos a parte que toca à Câmara e se isso ainda vai influenciar o nosso endividamento não podemos candidatar-nos”, realça a autarca.
Maria do Céu Quintas confessa ainda que o orçamento elaborado pela autarquia para o próximo ano também não é pacífico junto da Direcção Geral das Autarquias Locais e explica porquê. “Quando foi para aprovar o PAEL - Programa de Apoio à Economia Local foi obrigatório fazer um estudo dos próximos orçamentos para esta Câmara e esses orçamentos eram à volta de 6,2 milhões. Com esse valor o que é que se ia fazer nesta Câmara? Nada. Se até com um de nove milhões não dá para fazer quase nada e a dívida que ainda aqui está para pagar”, salienta a autarca.
O vereador do PS, José Santos, tem uma leitura diferente dos números. Diz que quando saiu da Câmara deixou uma dívida de 16,5 milhões de euros. “Não me posso rever nos números apresentados pela actual presidente, porque eles não correspondem à verdade, são uma pura mentira. 
Os números que correspondem à realidade são reconhecidos até pela senhora presidente da Câmara numa Assembleia Municipal, onde distribuiu a informação financeira e que aí sim diz a verdade dos números que são 16,5 milhões de euros”, alega José Santos. José Santos diz mesmo que enquanto esteve no Município a dívida nunca ultrapassou os 18 milhões de euros. “A dívida só ultrapassou os 18 milhões de euros com dinheiro a receber de fundos comunitários e com o dinheiro que foi recebido do PAEL e do Reequilíbrio Financeiro, que foram 5,5 milhões de euros até ao final de 2013, e que esse dinheiro a receber tem a respectiva descida nas contas quando for pago aos fornecedores”, justifica o vereador.
A dívida da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta a gerar discórdia entre a actual presidente, Maria do Céu Quintas, do PSD, e o actual vereador do PS e ex-presidente da Câmara, José Santos.

Escrito por Brigantia

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