Governo vai subsidiar ligação aérea intracontinental que vai unir Bragança a Portimão, passando por Vila Real, Viseu e Cascais pelo caminho. Projeto vai custar 7,8 milhões e concurso já foi aberto.
Na véspera de Natal, a Comissão Europeia divulgou o concurso público internacional para encontrar uma companhia aérea que faça a ligação entre Bragança e Portimão, passando por Vila Real, Viseu e Cascais e cujos voos têm que estar a funcionar no início de junho do próximo ano. O Governo vai gastar quase 8 milhões de euros para subsidiar esta rota e justifica esta medida, tomada há duas semanas em Conselho de Ministros, “como um fator da maior relevância para a promoção da coesão social e territorial em Portugal”.
No comunicado do Conselho de Ministros, o Executivo alegou “que subsistem dificuldades de acessibilidade no modo terrestre nas ligações de e para Bragança, Vila Real e Viseu, inexistindo uma alternativa de transporte – quer rodoviário, quer ferroviário” para lançar esta medida e, em resposta ao Observador sobre estes fundamentos, fonte oficial do Ministério da Economia alegou que estes “pontos mais extremos do país” estão “não só afastados entre si, como apartados dos centros urbanos e metropolitanos”.
Assim, este investimento de 7,8 milhões de euros vai servir, segundo o ministério, para “garantir a existência de um serviço aéreo regular satisfazendo padrões adequados de continuidade, regularidade, pontualidade, qualidade, quantidade, preços (tarifas e taxas aeroportuárias a preços mais vantajosos para os passageiros) e uma maior oferta de destinos” face ao serviço que fazia ligação entre Bragança e Lisboa. Esta rota existiu durante 15 anos e foi suspensa em novembro de 2012.
Na altura, o Governo deixou de subsidiar a empresa que mantinha a ligação aérea entre as duas cidades, que fazia também escala em Vila Real, alegando que Bruxelas não permitia a continuação deste apoio. Ainda de acordo com explicações do Governo ao Observador, a suspensão da ligação Lisboa-Bragança aconteceu porque os pressupostos de serviço público que sustentavam “ficaram esbatidos com a construção da auto-estrada transmontana, não permitindo manter uma ligação aérea entre estas regiões nos termos que até então vinham sendo prestados”.
Agora, com o alargamento a sul (Portimão), esta nova ligação vai permitir “o transporte aéreo aos cidadãos do Norte, Centro e Sul do País em tempo e conforto” e “não faz escala em nenhum aeroporto internacional permitindo com isso uma poupança significativa de custos que podem ser distribuídos por uma maior número de utilizadores daquele serviço”. Fará, no entanto, escala em aeródromos de Cascais e Viseu – também uma novidade neste tipo de serviços.
Esta medida já estava prevista no documento que definiu o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas para o horizonte 2014 -2020 (PETI 3+), assinado pelo ministro Pires de Lima e pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro em abril deste ano, embora ainda não estivesse definida a rota intracontinental nessa altura.
in:observador.pt
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