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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 22 de julho de 2018

Notícias da cidade

Por: Fernando Calado
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Encontram-se logo pela manhã. Reúnem-se como bandos de galinhas tontas. Delapidam a vida de meio mundo e sorriem no sufoco da graçola brejeira! Pobres coitadas de carnes secas… martirizam-se nas memórias dos verdes anos.
Senhoras de bem… Zeladoras do altar das Sete Virgens… purificam os lábios ressequidos com jaculatórias piedosas.
Chega mais outra: - Sabem quem anda com quem?! Ouve-se um profundo Ohhh! de espanto da novidade, ou orgasmo mal contido!
- E tanto luxo?! Só pode andar na droga!
- E a filha mais nova… já viste que saia traz! No nosso tempo é que havia respeito!
Depois regressam a casa saudosas das tardes tórridas na Estrada do turismo… do tempo do Liceu… dos beijos clandestinos no Jardim José de Almeida… do baile da aldeia com cheiro a perfume espanhol onde o Slow derretia o desejo!
Ouço-te para sempre meu poeta, meu irmão, meu Fernando Pessoa: 
" Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?"


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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