MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA |
Este é o principal resultado do projeto “Dourozone” que avaliou, pela primeira vez, o efeito da exposição da vinha duriense ao ozono, em clima presente e em cenários de alteração climática. A campanha de monitorização realizada no decorrer do projeto permitiu confirmar que a exposição aos atuais níveis de ozono pode causar danos na vinha.
Para o clima presente, os resultados da modelação do ozono, assim como os valores medidos no decorrer da campanha experimental, indicam que os elevados níveis de ozono na região podem levar a uma perda de produtividade média de cerca de 30%, se a exposição aos valores registados ocorrerem de forma recorrente durante três anos consecutivos.
O estudo também analisou os efeitos do ozono em cenários de clima futuro, tendo concluído que haverá um aumento do “stress hídrico” da videira e uma diminuição da qualidade, devido à redução da precipitação e às noites mais quentes.
Os investigadores referem que os efeitos do ozono na vinha duriense em cenário de alteração climática poderão diminuir ligeiramente, caso haja uma redução relevante de emissões de gases para a atmosfera.
No entanto, realçam que os valores de exposição acumulada continuarão a exceder o valor alvo para a proteção da vegetação, estabelecido pela Diretiva Quadro da Qualidade do Ar.
O projeto “Dourozone”, que terminou no passado mês de junho, foi realizado pelo Centro de Estudos do Ambiente do Mar (CESAM), laboratório associado da UA, com a coordenação do Departamento de Ambiente e Ordenamento e a participação do Departamento de Física, ambos da UA, em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança.
Os responsáveis pelo projeto pretendem que esta investigação e colaboração não terminem aqui, estando já a estudar os próximos passos de modo a “aprofundar a relação dose-resposta” para a vinha em Portugal.
Agência Lusa
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