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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Festival Lombada preserva o ciclo do pão

Terminou ontem a 20º edição do mais antigo festival tradicional da região transmontana, Festival de música e tradição da Lombada.
Foto: CM de Bragança
A iniciativa aconteceu em Palácios, no concelho de Bragança e pretende valorizar a ruralidade, as tradições e as actividades associadas ao pão. Da segada, à malha e ao próprio fabrico do pão em fornos tradicionais, aos habitantes da aldeia têm-se juntado vários curiosos para ver e até participar. Raul Tomé é presidente da Associação Cultural e Ambiental de Palácios, que organiza o evento, e relembra como era feito este trabalho noutros tempos.

“Os proprietários dos terrenos sozinhos não conseguiam ceifar a sua produção e para isso organizavam as chamadas “camaradas” que era sempre um convívio em todos os momentos da segada. Era sempre um grande grupo que vinha trabalhar. Depois das ceifas tinha lugar a acarreja, que era levar o cereal para a eira. Ninguém começava a acarreja sem os vizinhos acabarem a ceifa e toda a aldeia ajudava”, contou Raul Tomé.

Maria da Luz Rodrigues, é habitante de Palácios e foi mais uma das amantes da tradição que tirou as vestes de outros tempos do armário para ir segar à moda antiga, memórias que ainda tem bem presentes.

“Eu ia com os meus pais, irmãos e era uma alegria, porque se juntava muita gente. Aliás todos iam ajudar todos da aldeia. Os homens atavam e as mulheres segavam e depois deste trabalho realizado fazia-se a acarreja. Depois fazia-se a meda e só no final é que vinham as malhadeiras. Nós gostávamos de ir à segada porque se comia muito bem”, recordou Maria da Luz Rodrigues.

Quem também pôs mãos ao trabalho foi o presidente da câmara de Bragança. Hernâni Dias fala da preservação das tradições e afirma que há cada vez mais pessoas a participar.

“É um festival que têm vindo a marcar o panorama local relacionado com a preservação das tradições, nomeadamente no ciclo do pão. E tem tido cada vez mais adesão da parte da população local e também e outras pessoas que vêm de fora que vêm perceber como isto tudo acontece, de um ponto de vista turístico”, destacou Hernâni Dias.

Nestes trabalhos da vida rural de outros tempos, a música e as cantigas imprimiam a estas actividades outra dinâmica e por aqui a música também não ficou por mãos alheias. Por isso, do festival fez ainda parte o tradicional encontro de gaiteiros e tocadores da Lombada. Este ano houve ainda um workshop de cuscos.

Escrito por Brigantia
Carina Alves

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