Foto: CM de Bragança |
“Os proprietários dos terrenos sozinhos não conseguiam ceifar a sua produção e para isso organizavam as chamadas “camaradas” que era sempre um convívio em todos os momentos da segada. Era sempre um grande grupo que vinha trabalhar. Depois das ceifas tinha lugar a acarreja, que era levar o cereal para a eira. Ninguém começava a acarreja sem os vizinhos acabarem a ceifa e toda a aldeia ajudava”, contou Raul Tomé.
Maria da Luz Rodrigues, é habitante de Palácios e foi mais uma das amantes da tradição que tirou as vestes de outros tempos do armário para ir segar à moda antiga, memórias que ainda tem bem presentes.
“Eu ia com os meus pais, irmãos e era uma alegria, porque se juntava muita gente. Aliás todos iam ajudar todos da aldeia. Os homens atavam e as mulheres segavam e depois deste trabalho realizado fazia-se a acarreja. Depois fazia-se a meda e só no final é que vinham as malhadeiras. Nós gostávamos de ir à segada porque se comia muito bem”, recordou Maria da Luz Rodrigues.
Quem também pôs mãos ao trabalho foi o presidente da câmara de Bragança. Hernâni Dias fala da preservação das tradições e afirma que há cada vez mais pessoas a participar.
“É um festival que têm vindo a marcar o panorama local relacionado com a preservação das tradições, nomeadamente no ciclo do pão. E tem tido cada vez mais adesão da parte da população local e também e outras pessoas que vêm de fora que vêm perceber como isto tudo acontece, de um ponto de vista turístico”, destacou Hernâni Dias.
Nestes trabalhos da vida rural de outros tempos, a música e as cantigas imprimiam a estas actividades outra dinâmica e por aqui a música também não ficou por mãos alheias. Por isso, do festival fez ainda parte o tradicional encontro de gaiteiros e tocadores da Lombada. Este ano houve ainda um workshop de cuscos.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
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