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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Casa de Ferreiro

O Tio Nelson José Trindade, pai de sete filhos, tem 80 anos de idade e 68 de trabalho! Aprendeu a arte de ferreiro aos doze anos com o pai e ainda hoje trabalha o ferro com prazer na sua forja em Vale d’Alvaro, na cidade de Bragança.
Desde as tenazes, às relhas, aos assadores e às grelhas até às enchadas e foices, às machadas e portas forjadas, o nosso tio Nelson Trindade guarda na arte de fundir, forjar e moldar o ferro inúmeros segredos. Antigamente as ferramentas construíam-se de raiz enquanto que atualmente é mais frequente a reparação. O Tio Nelson é responsável por aguçar as ferramentas dos trabalhadores da Câmara Municipal de Bragança. Conta-nos com orgulho que a construcao que mais gostou de criar foi a dos portões forjados que de encomenda chegaram a França! Uma verdadeira obra de arte, uma estrutura arquitetónica de tão elevado valor e interesse ao ponto de ser exportada para França para embelezar uma propriedade Privada! Este exemplo mostra-nos possivelmente uma nova tendência que, a arte de forjar o ferro poderá assumir na conservação e restauro do patrimônio cultural e até quiça servir o requinte da fina arte da construção civil sofisticada. Esta arte poderá assim evoluir da finalidade de dar forma e função às ferramentas, para a criação de ligas de maior beleza e longevidade que se tansformam em peças de arte. Será que esta transformação poderá perpetuar este ofício antiquíssimo que remonta aos primeiros momentos das civilizações?
As mesmas mãos calejadas que domam o ferro tem também a sensibilidade, o dom e a delicadeza para dominar 3 instrumentos: o bandolim, a viola e a guitarra. O tio Nelson explica-nos que nunca aprendeu música e nao conhece uma nota musical “do tamanho de um comboio”, mas sente que a música lhe flui naturalmente nas pontas dos dedos... é como o sangue que lhe corre-se nas veias! Já pertenceu a vários grupos. São exemplos o rancho folclórico de São Joao de Brito (1º rancho folclórico da Cidade de Bragança), o rancho folclórico da Mãe de Água, entre outros. Atualmente pertence ao grupo de fados Tertúlia de Fados. 
80 anos e uma Agenda bem preenchida! Obrigada Tio Nelson por partilhar connosco a sua tão interessante história de vida. E já agora Tio Nelson conte-os em jeito de brincadeira, na sua Casa o espeto também e de pau?! Ah! Ah!Ah!

Tio João

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