Um incêndio de enormes proporções deflagrou ontem por volta das 19 horas no Complexo Agro-Industrial do Cachão. Não houve, no entanto, feridos a registar, principalmente, por se tratar de um domingo. A população local alertou as autoridades, tendo sido enviados para o teatro de operações perto de 40 veículos de combate às chamas e 100 operacionais de várias corporações de bombeiros do distrito de Bragança.
“O incêndio está a evoluir em dois pavilhões que contém no seu interior várias centenas de toneladas de plástico prensado. A nossa prioridade, neste momento, é evitar a propagação do incêndio para os edifícios adjacentes e nesse aspeto o combate está a decorrer conforme o planeamento efetuado”, referia o comandante operacional do distrito de Bragança da Autoridade Nacional de Proteção Civil, por volta das 21:45, fazendo o ponto de situação, enquanto o fogo ainda lavrava com grande intensidade.
Relativamente às maiores dificuldades com que os seus homens se deparavam, Noel Afonso afirmava que eram “a grande quantidade de combustível e a tipologia dele, muito inflamável. “É essa a nossa maior dificuldade, a concentração de matéria disponível para arder”, acrescentou o responsável do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).
Com a chegada de mais meios, o fogo foi dominado por volta das 23:50, apesar das chamas ainda continuarem a consumir os dois armazéns e serem visíveis, ainda, a vários quilómetros de distância. “A estratégia adotada correu como era expetável e está descartada a possibilidade de haver propagação aos outros edifícios. Apesar de ainda continuar a arder, o incêndio está totalmente confinado aos edifícios atingidos, garantiu o comandante operacional distrital pouco antes da meia-noite.
Recorde-se que, em outubro de 2013, houve um incêndio também na mesma empresa de reciclagem de papel, no Cachão, e demorou cerca de uma semana para que as chamas fossem completamente extintas.
O autarca de Mirandela também esteve no local e descartou quaisquer responsabilidades, dado os armazéns pertencerem a privados e os seus proprietários terem sido notificados a retirar dali o material inflamável. Quanto à origem do incêndio, António Branco lançou as suspeitas no ar. “O que nós achamos estranho é que dois anos depois aconteçam circunstâncias destas caraterísticas e sempre também em situações bastante confusas. Em épocas destas, com o frio que está e com a humidade que está, acontecer o que acontece neste tipo de circunstâncias. Já da outra vez foi igual. As pessoas têm de tirar as suas ilações“, declarou o edil à comunicação social, enquanto à entrada, impedida pela GNR de se aproximar, se ouvia uma população descontente e revoltada pelos mais recentes acontecimentos.
Bruno Mateus Filena
in:diariodetrasosmontes.com
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