Os diabos de Vinhais não tiveram medo ao mau tempo e saíram à rua no passado sábado. Depois de esperar que a chuva desse tréguas, o desfile que integrou a dramatização de momentos ligados às tradições do fim do ciclo de inverno, percorreu as ruas da vila.
Mais de mil pessoas participaram na iniciativa. Uns vestiram-se de diabo, outros limitaram-se a assistir. O certo é que o evento atrai cada vez mais participantes, não só da região, mas de vários pontos do país. “Fiquei surpreendido com a iniciativa. Sabia que tinha de vestir um fato vermelho, mas até pensei que fosse por causa do jogo do Benfica”, brincou José Moreira, que veio de Fafe e confessou que ficou “fã da iniciativa”.
Já Teresa Maceda, veio de Barcelos pelo segundo ano consecutivo. “Já vim no ano passado e gostei muito. Só é pena estar este tempo, senão, acredito que ainda juntaria muito mais gente. Vale a pena vir, senão não tinha vindo de tão longe, com este tempo”, referiu. As gentes da terra também concordam que esta é uma boa forma de manter a tradição. “Acho que é uma boa maneira de continuar a tradição. Tudo o que seja para mater as tradições, sendo isto uma ideia nova, é de louvar”, considera João Garcia, de Vinhais.
O vereador da cultura do Município de Vinhais, Roberto Afonso acredita que esta é a tradição mais genuína do concelho e que, com o novo dinamismo que tem vindo a ganhar, tem potencial para atrair cada vez mais participantes. “É, seguramente, em termos culturais, o evento mais genuíno e com maior potencial turístico para trazer gente a Vinhais e a prova é isto mesmo: estas pessoas todas, que, apesar da chuva, vieram, resistiram, aguentaram e viram um espectáculo fantástico, que dá fim à estação escura”, referiu.
A tradição que se realizava na quarta-feira de cinzas, marcando o inicio da quaresma, fazia com que os diabos perseguissem as raparigas, ameaçando-as com cintos, depois eram levadas à pedra, local no largo central da vila onde eram castigadas. Agora as raparigas da vila já não precisam de fugir. A tradição foi representada por actores.
Já a figura da morte, que acompanha também a tradição foi construída pelo Agrupamento de Escolas de Vinhais. “Os professores e alunos da Escola de Vinhais construíram a morte, que ardeu, participaram também como figurantes e actores nalguns dos quadros que foram representados, ao longo da procissão, mas também foi assegurado por actores profissionais do grupo Grupo WEE – World Entertainment Events e da Companhia Filandorra”, descreveu o vereador.
Além da representação da tradição da morte e dos diabos, a iniciativa contou também com uma tenda com tasquinhas.
A festa prolongou-se pela noite dentro com a actuação dos Galandum Galundaina e o Dj Fernando Alvim.
Escrito por Brigantia
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