O local onde durante décadas diferentes gerações de Macedenses iniciaram os estudos é agora um museu de arqueologia. A Escola Primária do Trinta conta agora mais de 5000 anos de história, pela força de diversas peças arqueológicas, reunidas em duas áreas cronológicas. O Museu Municipal de Arqueologia Coronel Albino Pereira Lopo, inaugurado este sábado, passa a estar aberto ao público entre quartas e domingos no horário das 10:00H-12:30H / 14:00H-17:00H.
É Patrono do novo museu o Coronel Albino Pereira Lopo (1860-1933). É considerado um dos pioneiros da Arqueologia, reconhecido no país e com uma grande obra na região. Responsável pela primeira monografia de Bragança, foi também o criador do Museu Municipal daquela cidade, hoje Museu Abade de Baçal. A história viria a ignorar a sua importância deste Macedense por casamento, em Lamalonga. A Câmara Municipal, por unanimidade, aprovou a proposta da Associação Terras Quentes para a atribuição do denominativa ao espaço museológico.
O Presidente da Câmara Municipal, Duarte Moreno, evidenciou “a consumação dos objetivos definidos pela autarquia em dotar a cidade de espaços museológicos de visitação. Iniciámos em 2009 com o Museu de Arte Sacra, seguindo-se em dezembro último o Museu Martim Gonçalves de Macedo e agora o Museu de Arqueologia, sempre com a colaboração da Associação Terras Quentes.” De acordo com o autarca, cada museu “tem a sua temática, o seu espaço cronológico ou a sua missão muito própria, mas todos têm uma característica comum e indelével: dar a conhecer o passado histórico de Macedo de Cavaleiros, como processo de aprendizagem, tanto aos Macedenses como aos visitantes.”
A transformação da antiga escola primária nº3, foi financiada pelo Fundo do Baixo Sabor e, a concretização do projeto permite, “contar uma história do concelho de muitos séculos, indo muito além do nosso passado recente, evidenciado nos 160 anos administrativos enquanto cocnelho”, defende Duarte Moreno. Isso mesmo é defendido pelo Presidente da Associação “Terras Quentes”, que aponta esta concretização como “o espelho de 15 anos de trabalhos e intervenção arqueológica em Macedo de Cavaleiros, um concelho até então desconhecedor de toda uma grande história”.
Carlos Mendes destaca o papel desenvolvido pela Associação “Terras Quentes”: “Iniciámos com a arqueologia, mas saltamos para outras variantes da ciência, como a história, a história da arte, a antropologia ou a oficina de conservação e restauro. O Museu retrata os nossos trabalhos de intervenção em 20 sítios arqueológicos em 51 campanhas, em que foram envolvidos mais de 1500 alunos de arqueologia das mais diversas universidades do pais e do estrangeiro. Temos um repositório de mais de 500 peças, de coleções únicas no pais e que merecem uma visita.”
Presente na inauguração, o Presidente do Conselho Internacional de Museus, ICOM-Europa, Luís Raposo, referiu que o Museu Municipal de Arqueologia “cumpre uma função didática muito importante. Não é só um museu para arqueólogos, para aqueles que a partir de um qualquer caco já sabem como é o vaso. Aqui temos os vasos restaurados, uma linha gráfica de desenhos muito eficaz, facilitando a compreensão e a transmissão da mensagem que é bem comunicada para todos.” O facto leva aos elogios do responsável: “Sente-se que há amor por quem trabalhou este espaço. É um amor servido pelas boas condições, pelas qualidades técnicas, pela eficácia da mensagem. Adultos e crianças têm todos os seus próprios motivos de interesse.”
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