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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Crónica Citadina

Há coisa de um ano, enquanto munícipe, neste jornal, numa espécie de carta aberta, dirigi-me ao Dr. Hernani Dias, insigne edil bragançano, para lhe dar conta de alguns constrangimentos que a cidade apresentava ao nível da mobilidade rodoviária.
Apoiado em meia dúzia de exemplos, referí, então, que, em algumas zonas da cidade, uma distância real (em linha recta) de 30/40 metros, entre um ponto A e um ponto B, obrigava os automobilistas a percorrer quase um quilómetro. Como prova factual, apresentei os casos paradigmáticos do acesso ao bairro mais populoso de Bragança, o da Mãe d'Água (competamente sitiado, e onde,para lá entrar, só com recurso a GPS), e ao Comando da Polícia de Segurança Pública.
Após ter dado nota pública das várias situações - e fí-lo, numa crítica construtiva, a coberto do novo instrumento da democracia que dá pelo nome de cidadania participativa -, sempre pensei que tais aberrações urbanísticas, que só nos atrapalham a vida e fazem gastar mais dinheiro em combustível, iriam ser revertidas, dando lugar a soluções mais simples e funcionais, com a vantagem de serem pouco onerosas para o municipio.
Critiquei, igualmente, por mais do que uma vez, o Programa Polis, por resultar num efeito contrário ao desejado: concebido para revitalizar a Praça da Sé e as zonas que lhe são contíguos, contribuiu para desertificar e subverter completamente a alma da cidade.
Em ambas as situações - e ainda que o facto esteja consumado e, aparentemente, se afigure irreversível -, é possível, havendo vontade, minimizar os estragos causados. No caso da zona histórica, e mesmo que não seja possível devolver às ruas o tamanho e a estética que as caracterizavam antes da intervenção do Pólis, que haja o bom senso de retirar dos seus passeios os ridículos pinos e as bolas de ferro aí plantados, cuja "finalidade" é dificultar o trânsito automóvel e provocar quedas aos transeuntes mais desprevenidos.
Numa perspectiva inversa à até aqui trazida, ou seja, no destaque pela positiva, e porque nos encontramos em plena época estival, queria aproveitar para dar os parabéns à Câmara Municipal de Bragança, pela magnífica e diversificada oferta cultural com que nos tem brindado. Como digno de registo é também o profissionalismo  e a forma a preceito como a edilidade bragançana se envolve nos projectos que organiza e promove, sejam de âmbito desportivo, cultural ou recreativo.
Das várias iniciativas com a chancela da autarquia, tocou-me particularmente a fantástica e feliz ideia (à qual se juntou a Associação Comercial de Bragança) de devolver à cidade as memórias dos anos 80, atraíndo para o coração da cidade centenas de pessoas que se divertiram, enchendo esplanadas, pela noite dentro do pretérito dia 6 de Agosto, com  a presença de alguns DJ´s que, nas diferentes tendências e rítmos musicais, animaram e deram vida às principais artérias da urbe - fenómeno inédito por estas paragens, mas que na vizinha Espanha está muito enzaízado.
Aparentemente simbólico, este pequeno passo para facilitar e promover a "cultura da esplanada", do convívio ao ar livre, nas praças e nas ruas, de promover o comércio local, e não obstante haver gente com uma extraordinária capacidade inventiva para criar momentos e ambientes julgados, pelas circunstâncias, "impensáveis", capazes de fazer a diferença, só terá o sucesso que permite a continuidade, se forem solucionados os problemas de natureza rodoviária aqui relevados.
Por mim, enquanto bragançano, dar-me-ei por satisfeito, se, ao contrário da última "tentativa", esta "missiva" chegar ao destinatário. A acontecer, o meu dever cívico cumpriu-se. Outros, em consciência, espero, hão-de fazer a sua parte.



António Pires
in:mdb.pt

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