Realçar a importância que o associativismo tem no preservar das memórias culturais de um povo, foi o objetivo deste ano, como refere Basileu Pires, pároco e Presidente do Centro Cultural de Balsamão.
“As pessoas associam-se quando vêem que um bem que faz parte da sua identidade está em perigo de perder-se e, por isso, o associativismo está ligado ao património. Vimos que, seja no património arquitectónico, imaterial e outras tradições, é preciso preservar culturas, é preciso cuidar disso é por isso que as pessoas associam-se. É uma espécie de intervenção da cidadania, o poder dos cidadãos para defender certo património que faz parte da sua identidade. Percebemos que as pessoas não prescindem de defender certo património que constitui a sua memória, portanto, estas associações pretendem preservar a nossa memória e, obviamente, construir o futuro sem quebrar o passado, haver uma continuidade do passado no presente e futuro.”
Uma das formas de cultura abordada foram os jogos tradicionais e a sua preservação na atualidade.
O escolhido para falar do tema foi Cândido Rodrigues, da Associação Cultural Sol Nascente de Genísio, Miranda do Douro, que diz haver falta de apoios do Estado para que os jogos tradicionais possam ser dinamizados.
“A tradição é importante. Não se dá muito valor mas o tradicional é mesmo uma fonte importante porque vai buscar aquilo que estava adormecido, que os mais velhos gostam e depois transmitem aos mais novos. Logo, é uma fonte muito importante e que era bom que não se perder mas, para isso, teria que haver alguns subsídios da parte do estado canalizando alguns subsídios para as aldeias que estão praticamente a acabar, ou que têm menos gente. Notam-se uns picos mais altos de gente no verão no tempo de férias e, nessa altura, nota-se mais gente. Acho que o estado tem um papel importante nesse aspeto.”
Duarte Moreno, presidente do município Macedense, vê no associativismo uma forma de colmatar o despovoamento, que é um dos maiores problemas da região.
“São estas associações e é através destes chapéus que nós sabemos o que é, de facto, o património. Quais são as riquezas que cada um dos territórios têm e que são importantes para darmos a conhecer a todos aqueles que nos visitam, para poder atrair pessoas a residirem, para criara o próprio emprego e para os visitantes nos virem ver.
Faz-nos falta pessoas, o despovoamento é muito grande e se assim continuar vamos ficar muito poucos e nós não queremos, o nosso território é tão belo e tem tanta coisa boa que não pode ficar despovoado.”
As XIX Jornadas Culturais de Balsamão começaram quinta-feira e encerraram ontem ao final da manhã no Convento de Balsamão.
Escrito por ONDA LIVRE
Sem comentários:
Enviar um comentário