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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

“Queria mostrar aos outros que era capaz. E houve um dia em que decidi escrever um livro”

Uma luta contra o preconceito e mostrar aos outros como é “estar na pele” de quem é discriminado.
Alguns dos motivos que levaram o jovem Ângelo Virtuosa, de 19 anos e natural de Vila Flor, a escrever o livro “Uma batalha inesquecível”, que está nas bancas há quase 4 meses.
Ângelo, que é de etnia cigana, conta que, hoje em dia, não se sente posto de parte.

“Acho que o problema do ser humano é tentar mostrar aos outros aquilo que não é. Eu queria mostrar aos outros que era capaz. E houve um dia em que decidi escrever um livro. Queria, por palavras e ideologias minhas, mostrar o que estar na pele de quem é discriminado, seja pela raça, religião ou nacionalidade. Queria explicar isso às pessoas, e acho que através do livro consegui.

Sim, quando era mais miúdo fui discriminado. Hoje não. As pessoas aceitam-me bem. Tenho imensos colegas, e amizades que são para a vida.”

No livro, a personagem Ângelo, homónima do autor, conhece Anne pela Internet, mas o preconceito é um travão que impede que o romance entre os dois adolescentes avance.

“O Ângelo é de uma etnia, e a família dela não aceita. Não é aceitável para eles seguir outros padrões. Para eles é um choque habituarem-se a outra cultura.

O Ângelo tenta ultrapassar isso. Ele e a sua amada lutam por aquilo que querem.”

E, na opinião de Ângelo, a educação é a base essencial para que a discriminação, a todos os níveis, se dissipe.

“Enquanto nós viemos na Europa, é tudo muito bonito. Os estados têm acordos uns com os outros. Mas, nesta fase, em que se fala de sírios e iraquianos a vir para Portugal, e para outros países europeus, ou de países de Leste para a Europa, é sempre visto um pouco de lado.

Acho que a discriminação ainda está muito presente na sociedade. Para mim, a base de tudo é a educação. Quando somos crianças, temos que aprender a aceitar os outros, e a nós mesmos, em primeiro lugar.

Tínhamos que ensinar nas escolas o que são os outros, explicar o porquê das guerras, de uma forma simples, para que, talvez, as crianças possam abraçar o mundo de outra maneira. E só assim poderíamos acabar com a discriminação.”

O jovem escritor está a terminar o 12º ano de escolaridade. Gostava de ingressar nas Forças Armadas, e de continuar a escrever, apesar de garantir que a escrita é um hobbie que faz “apenas para se sentir bem e para soltar ideologias”.

Escrito por ONDA LIVRE

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