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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 29 de outubro de 2016

Utentes queixam-se de abandono na urgência do hospital de referência de Bragança

O Serviço de Urgência do Hospital de Bragança, a unidade de saúde de referência do Nordeste Transmontano, tem sido alvo nos últimos dias de queixas, com utentes a denunciarem situações de abandono e falhas no atendimento.
À Lusa chegaram relatos de um doente de 88 anos transportado pela Emergência Médica que esteve cinco horas abandonado numa maca e de uma bebé de 15 meses que foi levada três vezes à urgência com esperas de sete horas, até acabar por ficar internada.

Contactada pela Lusa, a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste referiu o reduzido número de reclamações “formais”, ou seja por escrito, e nas estatísticas apontando que “80% dos doentes permanecem na Urgência por um período inferior a quatro horas”.

Eduardo Bruno foge ao padrão depois de ter esperado na noite de terça-feira “sete horas” com a filha de 15 meses e ter regressado duas vezes no dia seguinte, até que acabou por fazer queixa no Livro de Reclamações.

Segundo contou à Lusa, a bebé estava com vómitos e diarreias e, depois de ter esperado “três horas”, foi observada por “um médico geral” na Urgência. Esperaram mais “quatro horas encostados a um canto” até serem mandados para caso com o diagnóstico: “não tem nada”.

Bruno e a mulher Ana Patrícia regressaram na manhã seguinte com a filha à urgência e foram mandados para casa com um antibiótico para uma otite, segundo contaram.

A bebé continuava com vómitos, diarreia e febre e à noite recorreram à urgência, onde foi vista por uma pediatra, depois de o pai reclamar a presença da especialista e fazer queixa no Livro de Reclamações.

A criança ficou internada e teve alta na manhã seguinte medicada para uma gastrenterite viral.

Já em maio, alegam ter passado por uma situação semelhante, em que “só à quarta ida à urgência” lhe foi diagnosticada também uma gastrenterite.

“Já estava desidratada”, relatou o pai.

O pai de Maria Bárbara Martins e Manuel Rodrigo, antigo presidente da Câmara de Miranda do Douro, foi transportado pelo INEM para Bragança na mesma data, terça-feira, tendo entrado na urgência às 17:59.

Os filhos do doente com 88 anos e várias complicações de saúde contaram à Lusa que a maca e a ambulância do INEM só foram libertadas às 21:00 por falta de disponibilidade do hospital.

“O meu pai ficou no corredor e nada de olharem para ele. Só começaram a fazer análises perto das onze da noite e só depois das duas da manhã é que avisaram a família que podia ir embora”, relatou Maria Bárbara.

Os dois irmãos chegaram a Miranda do Douro por volta das três da manhã.

Ambos têm a experiência de várias deslocações com o pai à urgência de Bragança e garantem que “o movimento existente não justificava impedimento de um atendimento normal”.

“Nós sabemos que não é possível ser atendido de imediato, mas o que eu reparei é que não havia interesse na situação desta vez, ninguém olhava para ninguém”, afirmou a filha, realçando que “nem para os doentes, nem prestavam qualquer informação aos familiares”.

Enquanto esperava, Maria Bárbara apercebeu-se de outras situações e desabafos idênticos e presenciou “o desespero de uma mãe a implorar a alguém que lhe vissem a filha” (uma criança).

“Estava toda a gente a dizer que ultimamente é um descalabro”, contou.

O pai é diabético e “ninguém fez caso, esteve sem comer todo o tempo” e “alagado” em urina até os filhos irem embora e ter ficado internado.

“Ficaram com o contacto, mas no dia seguinte ninguém não disse nada. Tentei ligar para o hospital e ninguém atendeu, decidimos ir a Bragança e deram-lhe alta, mas ninguém nos avisava”, continuou, concretizando que chegaram às quatro da tarde ao hospital e já passava das nove quando puderam regressar a casa.

Maria Bárbara pergunta se o pai estivesse ali sozinho como é que era?

“Não foi só com o meu pai, achei que este abandono aconteceu no geral. É desumano”, desabafou.

Esta mulher sugere aos decisores que “devem de volta e meia sentar-se ali, sem se saber quem são, e verem o que se está a passar”.

A Lusa pediu para falar com a administração da ULS do Nordeste e dados comparativos sobre o número de queixas no Livro de Reclamações, o que não foi facultado.

Os administradores decidiram responder por escrito indicando que desde o início de 2016 “até à data foram efetuados no Serviço de Urgência da Unidade Hospitalar de Bragança 37.189 atendimentos, com um valor de exposições formais de utentes na ordem dos 0,1%”.

Enfatizaram também que “o tempo médio de permanência neste serviço se situa nas três horas e meia” e que a taxa de doentes que regressam nas 24 horas seguintes corresponde a “0,6%”.

A ULS do Nordeste invoca ainda “o valor mais elevado (87%) de cumprimento” na área da Administração Regional de Saúde do Norte” dos tempos de espera protocolados.

Agência Lusa

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