Filipe Caldas, da organização, descreve as principais características da Festa de Reis desta aldeia. “Em Salsas, a Festa dos Reis, segundo a tradição, dura do dia 1 ao dia 6. Todos os dias, à noite, os rapazes vestiam-se com os seus fatos e com as suas máscaras, entravam nas casas, chocalhavam as meninas e roubavam o fumeiro. Depois, iam para uma casa onde houvesse uma lareira e acabavam por comer o fumeiro e beber uns copos. No dia 6, os rapazes tiravam as máscaras e os mordomos das almas iam fazer um peditório pela aldeia e cantar os reis. Desde há três anos que, além destas tradições, também fazemos um desfile com vários grupos de caretos portugueses e espanhóis”, explicou.
Já o presidente da Junta de Freguesia, Pedro Zoio, não tem dúvidas de que esta é uma boa forma de divulgar as tradições de Salsas e de potenciar o turismo. Por isso, garante que a iniciativa é para continuar. “É uma maneira da nossa cultura e das nossas tradições chegarem mais longe. De ano para ano, temos tido mais grupos, mais visitantes e, a nossa tradição chega cada vez mais longe. É para continuar”, referiu.
Actualmente, as tradições ligadas à passagem de ano, como a queima do ano velho, juntam-se com as tradições associadas aos reis, como o desfile de caretos pelas ruas e o assalto ao fumeiro.
Actividades que a população de Salsas quer que continuem a realizar-se, para que não desapareçam. E são cada vez mais os turistas, sobretudo portugueses e espanhóis, que se deslocam à aldeia para assistir a estas festividades. “Já conhecia. Venho aqui há muitos anos e acho muito importante que se mantenham estas tradições. Acho que esta iniciativa, da Junta de Freguesia e da Câmara são muito importantes para manter, no fundo, aquilo que é nosso e faz parte da nossa identidade”, referiu João Silva, de 66 anos, natural de Idanha a Nova e que casou em Salsas.
Já Andrés Marín, veio de Madrid, de propósito para fotografar os caretos. “É a primeira vez que venho a Salsas mas há mais de 10 anos que estou focalizado nesta zona. Conheço Grijó, Bemposta… muitas mascaradas… São, realmente, fantásticas”, contou o fotógrafo, que há 25 anos investiga ritos e tradições populares da Península Ibérica.
Um dos pontos altos da Festa dos Reis de Salsas foi o desfile de 18 grupos de caretos, no sábado à tarde
No próximo ano, esta festa deverá servir também para inaugurar um museu dedicado à máscara, que vai ser instalado na antiga estação de comboio da aldeia.
O projecto foi candidatado à última edição do Orçamento Participativo de Bragança, tendo sido contemplado com 42 mil euros.
Sara Geraldes
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