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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Vespa será combatida com outra vespa já no próximo ano

A partir do próximo ano, a praga da vespa da galha do castanheiro será feita com largadas de uma outra vespa que se alimenta deste inseto e que afeta as folhas dos castanheiros, debilitando a árvore e baixando a produção de castanhas.
A revelação foi feita na sexta-feira, em Vinhais, durante uma sessão de trabalho que reuniu autarcas, produtores, investigadores, representantes da Direção
Regional de Agricultura e da Direção Geral de Alimentação e Veterinária.
“Aqui nesta zona detetámos focos pouco significativos em 2015, que foram imediatamente controlados pelo corte dos
ramos. Temos estado a acompanhar e na primavera de 2017 verificou-se uma dispersão mais generalizada do que nos anos anteriores. Vamos acompanhar na primavera de 2018 para verificar a necessidade de luta biológica. Precisamos de taxas de infeção significativa e, se se verificar, iremos avançar com essa luta biológica em 2018”, prometeu Paula Carvalho, sub-diretora geral de alimentação e veterinária.
Esta responsável explicou que não é com inseticidas que se combate esta praga, pelo que até nem é conveniente que sejam utilizados produtos químicos, que podem comprometer o único meio de combate efetivo à vespa da galha do castanheiro.
“As medidas que podem ser tomadas, quando as árvores ainda são pequenas, é o corte dos ramos que têm as galhas e a destruição no local dessas galhas.
Mas têm de ser destruídas. Se ficarem os ramos com galhas em cima do terreno as vespas acabam por sair e esse trabalho é inútil. Portanto, corte dos ramos e destruição no terreno, quando é possível pelo número de galhas e pelo tamanho da própria árvore.
Quando as galhas já são adultas, já são árvores de grande porte, já não é prático estar a cortar galha a galha, porque ficaríamos praticamente com o castanheiro sem ramos. Nessa fase entramos com a luta biológica.
Ou seja, com largadas de um parasitóide específico, que é o torymus sinensis, e que se alimenta da larva da vespa, evitando que saia” e se espalhe, explicou Paula Carvalho.
No próximo ano, e pela primeira vez, dadas as indicações recolhidas no terreno, deverá haver condições para começar a fazer largadas do inseto que combate a vespa. “Esse trabalho é feito quando tecnicamente há justificação para o fazer e quando o inseto parasitóide tem alimento para poder fazer este trabalho.
Está a ser feito em várias regiões do país e, em 2018, será feito nos locais que estiverem em condições de se poder acionar a luta biológica”, frisou a mesma responsável.
O problema é que são poucos os produtores deste parasitóide.
Aliás, em Portugal ninguém tem capacidade de o produzir (na realidade, trata-se apenas de recolher este inseto que se alimenta da vespa da galha do castanheiro).
Paula Carvalho explicou que o facto de apenas se estar a recorrer a uma fornecedora italiana, docente numa universidade e com trabalho de investigação nesta área, se deve ao facto de as entidades francesas não terem capacidade para isso. “A entidade francesa não tinha disponibilidade de fornecer o nosso território. Temos de ter garantias de que estamos a comprar o torymus”, sublinhou.
Mas garante que, havendo garantias, serão procurados outros fornecedores.

Queixas de falta de fiscalização

Entre os produtores, faltam soluções e sobram preocupações.
“Se falham as castanhas, é preocupante. É o rendimento que temos e, se falha, é complicado”, dizia Francisco Serra, de Edrosa, que produz cerca de dez a 15 toneladas de castanhas por ano.
Lindolfo Afonso, de Espinhosela, fez questão de ir de Bragança a Vinhais participar nesta reunião.
“Estou muito preocupado. Segundo dizem, daqui a três anos a produção reduz-se mais de 50 por cento. É a nossa fonte de rendimento. Se a castanha deixa de ter produção, temos um problema grave”, aponta.
No entanto, durante a fase de perguntas e respostas, deixou alguns alertas aos responsáveis presentes. “Comprei castanheiros de um viveirista de Vila Real. Passou-me fatura e tinham passaporte. Mas vieram algumas árvores doentes. Também já comprei castanheiros bons em Espanha de um viveirista que não estava certificado.
Os técnicos é que deviam andar mais atentos, deviam vir às feiras onde são vendidas as plantas”.
Ora, sobre isso, Paula Carvalho garante que a fiscalização existiu, por parte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
“Há fiscalizações às feiras”, garantiu, perante a insistência do Mensageiro. “Temos a colaboração da ASAE. É esta autoridade que está nas feiras a fazer fiscalização e, portanto, fazemos formação a inspetores da ASAE, para poderem perceber, ao olhar para uma planta, conseguir interpretar a etiqueta”, explicou.
Paula Carvalho admitiu, contudo, que “obviamente que a ASAE não está em todos os mercados”.
“Ainda que a planta tenha a sua etiqueta, pode ter passado por uma zona infestada, a vespa pode ter colocado lá o seu ovo e não há ninguém que o veja”, concluiu.
Luís Fernandes, vice-presidente da Câmara de Vinhais, entidade que promoveu este encontro, diz que “a escala já é bastante significativa nalgumas partes do concelho”. “É nessa zona que terão de ser tomadas medidas diferentes, com passagem para a luta biológica. Vão ser feitas monitorizações para depois ser adquirido o parasitóide, que é largado no próximo ano para minimizar a presença da vespa”, garantiu. Este é um dos produtos com maior peso entre os agricultores. “Todos os anos, representa entre 15 a 20
milhões de euros para o concelho de Vinhais”, apontou Luís Fernandes. O mesmo responsável informou, ainda, que “o Governo já está a par”.

António G. Rodrigues
Marta Pereira
in:mdb.pt

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