Ontem, pais e alunos do colégio da Torre Dona Chama participaram numa marcha para chamar a atenção para a ameaça de encerramento da instituição, depois da diminuição do apoio estatal no âmbito dos acordos de associação. Sónia Almeida, mãe de dois alunos desta escola privada está preocupada com a possibilidade de encerramento. Um dos maiores problemas levantados é a distância que as crianças têm de percorrer.
“Espero bem que o colégio não feche, porque além de ser um transtorno para os alunos também é muito mau para o comércio, temos de fazer tudo por tudo para que não feche. A minha filha não quer ir estudar para Mirandela o autocarro sai às 7 da manhã daqui e chega às 18h45 e é muito complicado para uma criança”, queixou-se esta encarregada de educação que é habitante de Torre Dona Chama.
Os alunos não estão satisfeitos com o clima de indefinição que se vive no colégio da torre e também marcharam porque não querem ir estudar para outra escola.
“Conheço toda a gente, já estou habituada com os professores e iríamos separarmo-nos todos”, destacou Catarina Martins, aluna do nono ano.
A marcha foi organizada pela concelhia de Mirandela do CDS/PP. A candidata do partido à câmara municipal de Mirandela, Paula Lopes explica que o protesto pretende defender o ensino como tem sido disponibilizado até esta altura em Torre Dona Chama.
“A marcha tem o fundamento de defende o ensino para toda a agente da mesma forma como foi até hoje, o que pretendemos é que a igualdade seja mantida, porque os meninos da localidade e das aldeias vizinhas que pertencem ao concelho de Macedo e Vinhais tiveram as mesmas oportunidades e se o colégio, que é a instituição capaz de o fazer, fechar, não vamos manter os meninos todos nas mesmas condições”, destacou.
O dia da marcha não foi escolhido ao acaso. Ontem Torre de Dona Chama comemorava os 28 anos de elevação a vila. O protesto quis também apelar a uma intervenção do presidente do município e da junta de freguesia em relação a esta situação.
O autarca António Branco garante que é sensível à preocupação de pais e alunos mas criticou o aproveitamento político da questão por parte do CDS.
“A questão do colégio há mais e um ano que anda a ser debatida e existe uma questão política que tem de ser resolvida ao nível do governo e não ao nível local e querer utilizar isto como arma política nesta fase tira força à luta”, frisou.
Actualmente, o colégio tem cerca de 160 alunos e o fim de financiamento de várias turmas por parte do governo no âmbito dos contratos de associação pode pôr em causa a manutenção do colégio.
Escrito por Brigantia
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