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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Maria Teresa Moreira
Sr.ª Dona Maria Teresa Moreira73 anos, vive em Rabal. Os pais viviam muito mal. A Avó quando já não tinha pão ia numa burriquinha a Espanha buscar farinha.
No acto de amassar e fazer os pães, a Avó dizia-lhe: persigna-te e pronuncia – Deus te ajude – para o pão cozer bem.
Colhiam pão e batatas, matavam dois porquinhos. Faziam chouriços. Nas Festas matavam um cordeiro e uma pata. Hoje estraga-se muito. Continua a não deitar fora um grão de arroz que seja. Agora estraga-se muito. Tínhamos sapatos só para ir à missa, nos bailes arrastava as socas, que remédio, a Mãe estava sempre a vigiar. Para ganhar algum dinheirinho, a Mãe fazia umas gabelas de urzes vendidas em Bragança. De Bragança, a Mãe trazia algumas postinhas de congro, se sobrava algum dinheiro comprava rebuçados da Régua.
À noite fazia-se uma sopinha para comer, conjuntamente com umas batatinhas com casca e sal, fazia-se um molhinho com azeite, cebola picada, colorau e vinagre. Punham-se as batatas num prato, todos as tiravam e iam molhando. Sabiam muito bem. Não comiam mais uns que os outros, o respeito valia muito. De manhã era cafezinho da borra e torradas de unto, ao almoço cordeiro ou pitinha.
As melhorias nos comeres só na segada, malha e festa.
No casamento compraram moletes para oferecerem às pessoas. Na Consoada polvo não se via, apenas carne de porco e franguinhos.
Cultiva feijão, batatas, pimentos e cenouras.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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