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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 10 de abril de 2018

TRANSMONTANOS PELO MUNDO FORA - SUÍÇA – PORTUGAL - Mundos diferentes

A Suíça é já há muitos anos um destino muito procurado pelos portugueses que decidem emigrar. Um país com uma cultura muito diferente, desde o estilo de vida, a legislação, o IVA, os ordenados … por exemplo uma empregada de supermercado pode ganhar seis vezes um ordenado mínimo português.

Apesar das paisagens verdejantes da cidade de Faulensee na Suíça, que até recordam a Nelson Lousada a sua aldeia transmontana, a diferença existente entre Portugal e Suíça é muito radical e este emigrante explica-nos detalhadamente onde sente mais essas diferenças.

Umas férias que lhe mudaram a vida
De Vila Verde para Faulensee na Suíça, pode parecer mais uma história típica de emigrante mas Nelson Lousada saiu do concelho de Vinhais para passar umas férias na Suíça e encantou-se pela beleza da cidade de Faulensee onde morava já na altura o seu irmão. A Raízes viajou até à Suíça para conhecer melhor esta história e as diferenças mais notórias entre estes dois países.

Nelson Lousada é natural de Vila Verde, uma aldeia do concelho de Vinhais onde passou toda a sua feliz infância. “Tenho as melhores recordações da minha infância em Vila Verde, na altura parecia o sítio perfeito para passar a vida toda. É ali que estão as minhas melhores memórias, grande parte da minha família no fundo as minhas raízes”, explica o transmontano.

Foi há cerca de quatro anos que decidiu passar umas férias na Suíça, antes disso esteve alguns anos na cidade de Coimbra a estudar Língua Portuguesa Gestual. Umas férias que mudaram a sua vida. “Quando vim a Faulensee de férias tive logo a sensação que ia ficar por aqui mais tempo do que o previsto”, diz Nelson Lousada que rapidamente se apaixonou pela beleza desta terra.

“Para terem uma ideia, na Suíça, uma empregada de supermercado ganha cerca de 3 mil euros, o IVA é de apenas 8% e um carro que sai de fábrica a 10 mil euros custa no mercado 10 mil e oitocentos, já em Portugal o mesmo carro pode custar quase 15 mil euros”

Uma terra tão diferente
Não só a beleza desta cidade Suíça, mas também quando viu as condições que o seu irmão mais novo já tinha conseguido por lá. “Aqui posso fazer o mesmo trabalho, mas sou remunerado de outra forma, cinco ou seis vezes mais, mesmo com o custo de vida elevado consigo ter outras condições. Para terem uma ideia, na Suíça, um empregado de supermercado ganha cerca de 3 mil euros, o IVA é de apenas 8% e um carro que sai de fábrica a 10 mil euros custa no mercado 10 mil e oitocentos, já em Portugal o mesmo carro pode custar quase 15 mil euros”. Mas não só a questão financeira, outra coisa que também influenciou muito esta decisão são as acessibilidades deste local. “Sempre sonhei poder viajar mais, de comboio por exemplo, mas o facto de viver no interior sempre me fez sentir muito longe de tudo. Ali estou no centro da Europa, por exemplo estou a seis horas de Paris de comboio, viagem linda que já fiz”, conta Nelson que já consegui visitar bastantes países desde que se mudou para a Suíça.

“A nível burocrático são rigorosos por exemplo aqui as auto-estradas têm uma taxa anual de cerca de trinta euros. Outro bom exemplo é que quem for apanhado a mais de 200km à hora fica logo sem carro que passa a ser propriedade do estado e o condutor fica impossibilitado de conduzir durante dez anos”

Estilos de vida
“Portugueses não se assemelham em quase nada com os suíços, são pragmáticos e bastante frios”, diz Nelson Lousada que admira a sua pontualidade e organização suíços. “Ali é tudo encadeado numa rotina muito rigorosa, levantam-se muito cedo, os miúdos estão na escola às oito da manhã, ou até antes (risos). A nível burocrático são rigorosos por exemplo aqui as auto-estradas têm uma taxa anual de cerca de trinta euros. Outro bom exemplo é que quem for apanhado a mais de 200km à hora fica logo sem carro que passa a ser propriedade do estado e o condutor fica impossibilitado de conduzir durante dez anos”, conta Nelson.

Suíça, uma terra de línguas difíceis
A questão das línguas é uma problemática cultural e de política central da Suíça. O alemão, o francês, o italiano e o romanche são as quatro línguas nacionais faladas, as três primeiras em uso oficial na Confederação Suíça, o romanche usado em dois cantões. Nelson trabalha num restaurante italiano o que facilitou no início a sua adaptação. “Em Faulensee fala-se alemão e não tem sido muito fácil conseguir acompanhar, mas já estou bastante melhor. Como trabalho com italianos falo mais italiano e inglês.  Como é uma zona turística a língua que predomina é o inglês”.

Uma terra de oportunidades onde muitos portugueses vivem e que tal como Nelson Lousada só contam regressar a Portugal daqui a muitos e muitos anos.

Por Joana Martins Gonçalves
Revista Raízes

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