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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Saberes Culinários - Cuscos

CUSCOS
Farinha; Água. Antigamente eram necessárias três mulheres para os fazerem. Peneirava‑se a farinha triga numa masseira grande, de seguida uma mulher com uma vassourinha salpicava a farinha com água enquanto outra mulher ia mexendo para fazer os cuscos. Salpicava‑se a farinha até ficar húmida e principiar a fazer grumos.
Com a mão iam‑se fazendo os grumos. Depois de torcidos os grumos, passavam‑se por um crivo largo e outra mulher secava‑os ao sol. Colocava a cuscuzeira de barro por cima de um pote de ferro, punha‑se um pano de linho dentro da cuscuzeira e botavam‑se os cuscos. A panela meia cheia de água ficava a receber lume muito vivo. Fazia‑se uma massa de farinha de centeio e água e barrava‑se a união do pote de ferro e a cuscuzeira, selando‑se assim as duas partes. Os cuscos coziam‑se no vapor e por isso tapava‑se a boca da cuscuzeira com um prato. Depois de cozidos os cuscos voltavam para a masseira e ali ficavam até secarem. Faziam‑se bolas com os cuscos e guardavam‑se envoltas em panos, nas arcas das despensas. Comiam em carolos e cozinhavam‑se com o arroz. Só tinha cuscos quem os fazia.
Receita cedida pela Sr.ª Dona Maria da Glória Rufino

Nota do autor: Os cuscos são prato nacional da Argélia e Marrocos. É berbere a sua origem, resultado de uma cozinha móvel em território quente, escassamente arborizado. Áspero. Há quem defenda que a sua continuidade em Portugal é consequência das crises alimentares ocorridas nos séculos XIII ou XIV, por serem baratos. Ora, basta ler a receita para verificarmos da impossibilidade efectiva dessa causa. Os cuscos sempre foram um comer caro. A consulta das listas de preços dos cereais desde a Idade Média demonstra a referida impossibilidade. Não por acaso no ano de 1415 tomamos Ceuta. Fomos em demanda de Trigo.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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