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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Azeitona está a ser paga a menos de metade em apenas dois anos

A azeitona está a ser paga ao produtor a pouco mais de 25 cêntimos. O valor tem vindo a cair na região, já que há três anos era paga a mais de 60 e no ano passado acima dos 40.
O preço da azeitona, na região, situa-se entre os 25 a 30 cêntimos, segundo garante o presidente da Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro. Francisco Pavão explica que o valor, mais baixo que nos anos anteriores, se deve ao preço do azeite a nível mundial. “É uma valor mais baixo que no ano passado e, sobretudo, que há dois e isto tem muito a ver com aquilo a que é o preço do azeite no mercado mundial. Ontem o azeite virgem extra andava à volta dos 2,10 euros e o ano passado, por esta altura, estaria pelas três ou 3,10 euros, baixou um euro. Nós também sentimos esse reflexo”.

Segundo um estudo recente, o Alentejo tem a maior área de olival e é a região que mais azeitona e azeite produz em Portugal, graças ao regadio do Alqueva e à transformação de olivais tradicionais em modernos. Francisco Pavão acredita que a situação também influencia o sector em Trás-os-Montes. “No Alentejo as produções são maiores por hectare, sobretudo no olival de regadio, e em Trás-os-Montes cerca de 90% da área é de sequeiro e estamos muito sujeitos aos efeitos das alterações climáticas e sobretudo às fracas produtividades do olival de sequeiro. Esta baixa de preços no olival tradicional, que existe, nas mesmas condições que Trás-os-Montes, de norte a sul do país, é bastante mais preocupante. Os custos do olival tradicional são muito mais elevados e a produtividade mais baixa, por isso é mais difícil competir com estes preços tão baixos”.

Francisco Pavão acredita que o caminho, em Trás-os-Montes passa pela produção de qualidade. “Há aqui situações em que é preciso investir e uma delas é a criação de pequenas barragens que sirvam de apoio aos agricultores e outra questão é a valorização e o apoio às especificidades deste tipo de olivais. Trás-os-Montes é, possivelmente, a região que mais prémios tem obtido em concursos nacionais e internacionais. A região tem uma capacidade enorme para produzir azeites de qualidade. Numa região que não tem condições para produzir em quantidade, o caminho que temos é a qualidade e aposta no mercado que valorize a diferenciação dos azeites”.

Jorge Pires, do Pró-Lagar, em Mirandela, esclarece que o azeite também lhe está a ser comprado a preços mais baixos que em campanhas passadas, o que acontece com outros lagareiros daquele concelho, sendo esta a origem do problema. “Aqui no meu lagar começámos com 25. O que originou isto foi o preço a que o azeite estava a ser comprado. Acabei de falar com um comprador e ofereceu-me 2,20 euros por uma azeite virgem extra. Isto não é nada”.

Jorge Pires afirma ainda que o rendimento da azeitona este ano também é baixo, ou seja, para produzir a mesma quantidade de azeite é preciso mais matéria-prima.

Jorge Pires garante mesmo que o sector, este ano, não está a ser rentável nem para os lagareiros nem para os produtores. “Quem transforma azeitona, com estes valores é um negócio complicado. Eu também sou agricultor, também acho que é um preço baixo para os custos que há. Estamos a falar em zonas em que, por hectare, pomos 200 a 220 árvores, comparado com o que se passa no Alentejo e com o regime de apanha completamente diferente, a um terço do nosso custo, é extremamente complicado ”.

Em 2018, 80% dos prémios do Concurso Nacional Azeite de Portugal nasceram em olivais tradicionais, o característico na região.

De 2017 para 2019, o preço da azeitona caiu para metade. Na origem do problema estarão o preço do azeite a nível mundial, o rendimento da azeitona e os olivais modernos a competir com os tradicionais.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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