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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

QUANDO OS PROFESSORES ERAM RESPEITADOS

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Queixava-se, em São Paulo, senhora idosa: que os motoristas, de ônibus (autocarros), quando viam no ponto (paragem), idosos, não paravam.
Nos nossos dias, o velho, é considerado, por muitos: um improdutivo, um parasita: que não merece consideração nem respeito.
Sempre que viajo de autocarro, reparo, que os passageiros, raras vezes cedem os lugares, a idosos e grávidas.
Lembro-me – como me lembro! - que vindo do liceu Alexandre Herculano - após atravessar, em diagonal, o aprazível jardim de S. Lázaro, - para esperar o eléctrico, numero 13, na Rua Duque de Loulé, diante do  edifício onde funcionou o Centro Artístico Portuense, ter presenciado a seguinte cena:
O veículo inundara-se de alunos dos dois liceus: o “Alexandre “ e o “Rainha”.
No momento da partida, velhinha, vestida de preto, aproximou-se, e a custo, amparada por bengala toda negra, entrou.
Vendo que o eléctrico estava repleto, ficou na plataforma, junto ao guarda-freio, com visível dificuldade.
Então, o Dr. Balacó, professor do “ Alexandre”, batendo sonoras palmas, disse, em alta e bom-tom:
- “ Não há aqui aluno, do liceu, que dê, o lugar a senhora idosa?!…”
Todos se ergueram; envergonhados pela falta de educação.
Passou-se essa cena, nos anos cinquenta, quando ainda havia respeito pelo professorado, e vergonha na cara.
Se o caso ocorresse, agora, o docente seria vaiado, e quiçá, ridicularizado; se não fosse “ praxado”, como aconteceu a professor, em Guimarães, ao reprovar a prática de “doutores”, que praxavam caloiros.
A ausência de educação, é notória em todos os meios, até nas classes, que tradicionalmente primavam pela delicadeza do trato e pelo modo de se exprimirem.
A sociedade, nesse campo, igualou-se pela ralé. Há “doutores”, cujas maneiras mais parecem “saleiros”, do tempo da juventude de meu pai, do que classe que se julga, muitas vezes, superior…
E pena é que seja assim. É pena, porque as palavrinhas que lubrificam as relações inter-pessoais, como: “Obrigado”;”Não tem de quê”;”Com prazer”;”Por favor”;”Por cortesia”, servem para olear, suavizando o convívio com o nosso semelhante.
Mas a juventude, como não foi educada – porque os pais não querem ou receiam traumatizá-los, – desconhece, por completo, as mais simples regras de civilidade e etiqueta.
Dizem – uns poucos, – que educar, compete à escola; como se a escola fosse vocacionada para inculcar normas de condutas e comportamentos morais! …
A escola pública, deve limitar-se a ensinar, já que, quando ultrapassa essa missão, costuma descambar, em ideologias políticas e criticas, mais ou menos veladas, à moral cristã.
É no seio da família, desde tenra idade, que se criam hábitos, condutas e conceitos morais, que moldam a personalidade e o carácter, para a vida toda.
E quem não teve a felicidade de aprender, no “berço”, como se costuma dizer, tenha, pelo menos o bom senso, de adquirir, o imprescindível livrinho, que ensina a ser educado.
Há muitos…e para todos os preços…

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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