Há vários anos, alguns pasteleiros da cidade decidiram que, além do tradicional, a inovação também tinha que se impor e deram outra vida às castanhas de Trás-os-Montes. Eurico Castro, natural de Macedo de Cavaleiros, trata a pastelaria por tu há mais de 30 anos e é conhecido como o pai da pasta de castanha. Segundo conta foi assim, através desta pasta, que surgiu, além de outros produtos, o famoso bolo-rei de castanha.
“De há alguns anos a esta parte, iniciei um projecto com a castanha, quis dar uma nova forma de consumo à castanha que não conhecíamos. Ando com este projecto há cerca de 10 anos, comecei com os ouriços de castanha, fui evoluindo para a pasta de castanha, ao fim e ao cabo uma matriz que dá origem ao bolo rei de castanha. Era inevitável que viesse acontecer e é um bolo rei que é muito procurado”, afirmou.
Por agora, Eurico Castro, que já teve em Bragança vários negócios associados à pastelaria, não está a dar corpo a nenhum projecto nesta área mas continua a ajudar a mãe, que tem, no mercado municipal, um estabelecimento familiar, onde o que é doce não falta. É aqui que o bolo-rei de castanha por estes dias é feito e vendido... mas afinal o que é o bolo tem de tão especial?
“O sabor, a textura, o paladar concentrado de castanha e o marron glacé, um dos segredos desse bolo rei. Todos os anos são os mesmos clientes a comprar e clientes novos vêm indicados pelos clientes antigos”, contou.
Eurico Castro tem ainda o bolo-rei tradicional, de fruta cristalizada, um de frutos secos, outro de doce de abóbora, que chama de “escangalhado” e, este ano, leva um de maçã e noz ao conhecimento dos palatos brigantinos. Já Luís Correia era mecânico e tornou-se pasteleiro. Entretanto, aparentemente, uma coisa nada tem a ver com a outra, mas a verdade é que a mudança foi uma boa aposta uma vez que a pastelaria, que tem em Bragança, está aberta ao público há 25 anos. Nesta quadra vende um pouco de tudo que casa bem com o Natal mas, o bolo-rei de castanha é o grande sucesso que surgiu do nada.
“O bolo rei de castanha surgiu do nada, encomendaram-mo, tantas vezes ligaram que tive de fazê-lo. O bolo rei de castanha só leva noz, amêndoa e pasta de castanha, é um bolo rei que se pode comer em qualquer altura”, disse o pasteleiro.
Pela pastelaria de Luís Correia também há outras possibilidades como bolo-rei tradicional, de chila, de chocolate, e de frutos secos. O antigo mecânico conta com a ajuda dos filhos e diga-se que, nas palavras do pai, o mais novo é já um fenómeno. Tiago Correia, de apenas 20 anos, começou a interessar-se pela pastelaria por causa da azafama destes dias de trabalho. “É uma coisa de família, já está connosco. Foi um bocado por ter de ajudar nas épocas mais difíceis, com mais trabalho, que foi cativando o gosto por querer fazer aquilo que o meu pai e a minha faziam. Através da comida, neste caso dos doces, podemos transmitir uma felicidade e algo de bom às pessoas”, contou.
Por Bragança é o bolo-rei de castanha que impera, apesar das diversas variedades que têm surgido.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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