Um carro de bois, carregado com os mordomos que fazem a festa, é puxado por homens. Este ano, a também chamada a “festa dos rapazes”, é organizada por quatro mulheres. Ana Rodrigues é uma das mordomas e apesar de viver no estrangeiro quis fazer parte da tradição. "Eu sou emigrante, já nasci lá fora mas sempre vi esta tradição e sempre gostei e assisti e venho de propósito. Vai-se fazer um peditório à volta do povo, amanhã, e com esse dinheiro vamos comprar polvo e bacalhau e vamos fritá-lo para o povo inteiro no próximo Santo Estêvão".
Antigamente, a festa era feita por homens casados e eram os solteiros quem puxavam o carro. Com o passar do tempo, a tradição tem vindo a alterar-se devido à falta de juventude na aldeia. "Já nasci nisto e já fui criado com isto. Fomos educados todos, desde pequenos, a ajudar os mais velhos. Hoje somos nós, os casados, porque infelizmente não há quem acompanhe", disse um dos participantes. "A malta mais velha tenta puxar os mais novos para que a tradição nunca acabe, já a temos há muito tempo e é pena deixá-la acabar", referiu outro dos participantes.
A animação contagiou a população e, tal como Infância Afonso, as pessoas saíram à rua para ver o carro de bois passar. "Já nasci com esta animação e hei-de morrer".
E assim se se cumpriu, mais uma vez, a festa de Santo Estêvão, em Parada, concelho de Bragança com o desfile do carro de bois, carregado com as mordomas, que a partir de hoje vão angariar dinheiro para comprar o Bacalhau, a Sardinha e o Polvo para oferecer no próximo Natal à população.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
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