Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal, refere que este documento assenta em alicerces virados para o desenvolvimento económico, acrescentando que as freguesias terão o maior investimento de sempre, num valor acima de um milhão de euros. Nas grandes opções do plano há várias obras pensadas:
“A requalificação da zona industrial num valor aproximado de um milhão de euros, a substituição das luminárias públicas que vai contribuir para uma redução de custos com a energia, num valor aproximado de 260 mil euros. Também a construção de um centro de proteção civil e meios aéreos num valor a rondar o meio milhão de euros. Quanto à cultura para todos, terá um valor de cerca de 236 mil euros. A requalificação da igreja Nossa Senhora da Purificação, em Podence, rondará o valor de meio milhão de euros, e a construção do Centro Náutico no Azibo deve rondar os 250 mil euros.”
Nuno Morais, do lado do PSD, deixa críticas relativamente ao que considera um “fraco apoio” dado ao setor agrícola:
“Em relação ao apoio que é dado à pecuária e à agricultura, é óbvio que é positivo o facto de haver aqui uma dotação de 20 mil euros. Quanto aos cinco mil euros para o tratamento do cancro do castanheiro, penso que embora seja uma ajuda para os agricultores, acaba por ser um subsídio muito bem pago ao IPB, e mais não digo.
Quanto à pecuária, há cerca de 421 produtores no concelho, peço que façam uma subvenção atual de 47€ por produtor este ano. Se acha que esta ajuda é suficiente, eu não acho.”
Também do Partido Social Democrata, Nuno Madaleno interveio dizendo que nada relevante está a ser feito para resolver os problemas relacionados com as perdas de água:
“Já foi aqui mencionado que um dos “cancros” das finanças deste concelho tem a ver com o desperdício e o valor não faturado da água. Parece-me que aqui não há uma aposta a sério na resolução deste problema, porque não é com 2500€ para uma sonda de deteção de fugas que vamos resolver este problema. Aliás, tenho grandes dúvidas quanto a isso.”
Mas da bancada do Partido Socialista houve algumas surpresas. Acácio Espírito Santo votou contra este orçamento, alegando que neste documento não há qualquer estratégia de desenvolvimento económico:
“O que eu estranho é que, mais uma vez, o documento não plasme uma estratégia de desenvolvimento económico. Quando lemos um documento deste tipo, eu fico com a sensação de déjà vu porque a grande maioria das rubricas, pelo menos as que constrangem o orçamento, já vêm de trás. Quero dizer que, a título de exemplo, em tão pouco dinheiro gastarmos 100 mil euros numa agenda cultural que se mantém quase igual há 20 anos, parece-me demais. Em que é que isto diferencia o território? Depois, se virmos as prioridades de investimento, temos a reabilitação energética dos Paços do Concelho que são uns 10 mil euros, requalificação do Centro Hípico uns 83 mil euros, reabilitação da Estação Ferroviária, que a mim não me parece prioritário, são 23 mil euros, mais o Largo da Estação, que também não me parece ser urgente, são mais 52 mil euros. Entre muitas outras coisas. Por isso, na ausência de uma estratégia clara de desenvolvimento da nossa economia, mesmo reconhecendo a importância de um conjunto significativo de obras inseridas no PEDU, eu entendo que não há estratégias que revelem a priorização inerente a um orçamento sempre escasso, por isso o meu voto para este plano e orçamento, é contra.”
O orçamento para 2020 foi aprovado por maioria com 13 votos contra e 14 abstenções.
Escrito por ONDA LIVRE
Sem comentários:
Enviar um comentário