Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Bagaço da azeitona põe setor do azeite 'a ferver' em Trás-os-Montes

Lagares da região de Trás-os-Montes foram apanhados de surpresa com o aumento do custo do transporte do bagaço da azeitona.
O setor do azeite vive dias muito penosos em Trás-os-Montes. À diminuição do preço da azeitona e por consequência do azeite, a campanha deste ano está a ser assombrada pelo enorme e inesperado aumento do custo do transporte do bagaço da azeitona para as empresas extratoras. Os cerca de 100 lagares que existem na região já fizeram as contas e vão ter de desembolsar mais de dois milhões de euros.

"Fomos apanhados de surpresa e sem possibilidade de reação" diz Paulo Ribeiro, presidente da Cooperativa de Olivicultores de Valpaços. "Nós antes vendíamos o bagaço, mais tarde já o levavam e pouco pagavam, ou nada e este ano temos que pagar (o transporte). Feitas as contas temos de pagar cerca de 300 mil euros que vão suportar os associados".

A cooperativa de Valpaços é a segunda maior do país com mais de 2200 associados de toda a região transmontana. Quem perde, acrescenta Filipe Rodrigues, responsável de um Lagar na zona industrial de Bragança, são todos os agentes do setor.

"Para ter uma ideia, cada camião, o ano passado era valorizado em 20, 30 euros e este ano cada camião custa-nos 500 euros, ou seja, mais do que nos afetar a nós afeta a fileira toda".

Os dois responsáveis acrescentam que para lá dos custos inesperados do transporte do bagaço são obrigados a deixarem ir o caroço (que os lagares retiravam para comercializar para aquecimento) e não lhes deixam fazer a repassa (segundo processo de prensagem da pasta que resta donde se pode extrair azeite refinado).

O que está em causa é mesmo o custo do transporte do bagaço, (o que resta da azeitona depois de moída), e que vai para as indústrias de extração onde é transformado em azeite refinado e óleos.

Em Trás-os-Montes há 3 empresas e Licínio Miranda é o proprietário duma situada entre Mirandela e Valpaços. Diz que os preços dos óleos que ali são retirados e que vão para Espanha desceram para metade e isso condicionou tudo.

"O ano passado isto andaria por 1.40 euros e este ano estamos nos 60 cêntimos, o que é praticamente incomportável a gente poder pagar os preços que se praticavam o ano passado porque para lá de pagarmos o transporte também pagávamos alguma coisa pelo bagaço, este ano é manifestamente impossível".

Licínio Miranda diz que este ano o mal tem que ser dividido por todos e que para o ano logo se vê. "Como isto é cíclico, aguentar pelo menos este ano esta situação e pode ser que para os outros anos melhore e então cá estamos e voltamos a praticar o que praticávamos nos outros anos".

Mas os lagareiros estão mesmo com "os azeites" e já se estão a organizar para arranjar soluções. Jorge Pires é o presidente da Comissão Instaladora duma associação que aí vem e salienta que "no imediato o mais importante é resolver um problema que nos foi posto a quinze dias do início da campanha que trás para o setor um prejuízo superior a 2 milhões de euros. É impossível! Porque aqui não se põe só o problema dos custos, é uma pressão que o setor dos lagares tem porque hoje foi isto, a quinze dias do início da campanha, e nada nos diz que para o ano não haverá outra coisa qualquer".

As soluções que estão faladas passam por chegar a consensos com as extratoras, chamar o poder político ao problema e com as universidades arranjar mais possibilidades de utilização do bagaço da azeitona.

Afonso de Sousa

Sem comentários:

Enviar um comentário