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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Sob frondosa tília, em flor, leio o “Bom Jesus do Monte”, de Camilo.
                  É manhã. Uma luz morna, doirada, transparente, cai sobre o relvado verde do jardim, que permanece em doce silêncio.
                  Das árvores frondosas, saem festivos gorjeios. De longe, chega-me o arrulhar manso, de pombas mansas e enamoradas.
                  Diante de mim, estende-se o manto verde-escuro do relvado, desprendendo agradável odor a erva recentemente cortada.
                  Bando alegre de ruidosas crianças traquinas, rompe do arvoredo. Todas vestem vaporoso babeiro cor-de-rosa e bonezinho alaranjado.
                   Como alegres pardalitos, saltam, correm, brincam, soltando agudos gritinhos de contentamento, sob vigilância de zelosa educadora.

Não gosto do termo: educadora.
Para educar, é mister ser educado. Ter boa formação cultural e moral, que, geralmente não acontece, porque na escola, em regra, ensina-se, não se educa…
Há várias educações, consoante o meio que se vive, e a religião que se professa.
Educar, como il fault, é incutir bons hábitos. É educar a alma, como dizia Barrés. 
Como ia escrevendo, estava compenetrado na leitura, quando jovem casal de namorados, de lábios grudados, caminhavam como caranguejos.
Achei graça. Confesso que receei que a moça viesse a estatelar-se, já que usava curtíssima e apertada saia.
Notei que se encaminhavam para carreirinho, cortado na relva, em diagonal, pisado por apressados e preguiçosos, que só seguem o empedrado, se o guarda estiver presente.
Carreirinhos, existem em quase todos jardins, criados por quem não respeita o trabalho dos outros.
São nadas, que servem para avaliar a educação de um povo.
Povo, que destrói plantas; corta flores; não respeita regras de trânsito; maltrata animais; escarra no chão; lança, para a rua, papeis; fura filas; que insulta; fala alto; é povo imaturo.
Não basta instrução, é mister ser educado; e educação, em norma, recebe-se em casa, com os pais e avós.
Basta ouvir os nossos políticos, ver os gestos, o modo de falar, o vocabulário, para verificar, que podem ter instrução superior, mas em educação, muitos, encontram-se a nível de antigos saleiros.
Fala-se de crise económica e no recrudescer da violência, mas a verdadeira crise, que crassa pelo mundo, ainda é a da educação.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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