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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

2022 pode ter menor área cultivada de cereais em 100 anos por causa da seca e do aumento de custos

 O efeito da seca, aliado ao aumento dos custos de produção, levou à redução da área de cereais semeada que, admite o INE, poderá ser a menor dos últimos 100 anos. Azeite bateu recorde em 2021.

NUNO VEIGA/LUSA

A produção de azeite em Portugal deverá ter atingido no ano passado um valor recorde com 2,25 milhões de hectolitros produzidos, de acordo com previsões do Instituto Nacional de Estatística. O INE diz que este aumento de 46% face a 2019 se deveu a condições meteorológicas muito favoráveis, aliadas ao facto de 2021 ter sido um ano de safra (quando a produção é mais alta) e potenciada por uma maior área de regadio que aumenta a produtividade do olival.

No entanto, as previsões agrícolas do INE destacam os efeitos negativos que a seca meteorológica — que no final de janeiro atingia já 45% do território nacional na forma severa e extrema — está a ter na agricultura. Apesar de a produção pecuária ser a mais afetada por causa das fracas condições de pastoreio, há impactos relevantes na cultura de cereais, em particular “na diminuição das áreas semeadas (previsivelmente, a menor dos últimos cem anos)”. Nas áreas semeadas verifica-se um fraco desenvolvimento das plantas.

O INE estima uma quebra de 40% na produção de aveia. As searas em que a situação é mais preocupante estão no Alentejo, região que representou mais de três quartos da produção de cereais nos últimos cinco anos. A seca está a afetar mais as cearas cultivadas mais tarde, por causa da ausência de chuva em janeiro.

No documento com as previsões agrícolas para 2022 o INE diz que “este cenário de seca, aliado à subida dos preços dos custos de produção, tem gerado incerteza e preocupação crescente no setor”. O quadro de escassez de água no solo vem associado a um “forte aumento do preço dos meios de produção” que está também a conduzir a uma forte redução das áreas de cereais para grão. Desde setembro do ano passado, o preço dos adubos disparou 73% e o gasóleo agrícola aumentou 7%, anulando o efeito potencial que a alta dos preços dos cereais teria no crescimento da área cultivada.

Nas regiões que estão a ser mais penalizadas pela seca, nomeadamente no Sul e interior Norte e Centro, os produtores pecuários tiveram de recorrer à forragens armazenadas, palhas e rações industriais para compensar as pastagens deficitárias. Entre setembro e dezembro do ano passado, o preço dos alimentos para animais subiu 17%.

Chuva e reservas em albufeiras abaixo da seca de 2005

Para este quadro contribuiu um mês de janeiro com uma precipitação que foi 12% do valor normal registado entre 1971 e 2000. Nos primeiros quatro meses do ano hidrológico, a precipitação média em Portugal continental teve o valor mais baixo dos últimos 20 anos, abaixo da registada na seca de 2005. Pelo contrário, a temperatura teve um valor médio superior em 0,8 graus face ao período de 1971/2000, atingindo os 9,7 graus celsius. O INE refere que esta evolução é explicada pelas elevadas temperaturas máximas no Centro e no Norte, apontando mesmo para uma “onda de calor” entre finais de dezembro e 3 de janeiro.

A seca já atingia todo o território continental no final de janeiro, com 45% do território em seca severa e extrema, situação que atingia os distritos de Lisboa, Setúbal, Beja e Faro, mas também largas áreas dos distritos de Bragança, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Évora e Portalegre. As reservas hídricas estavam nos 60% da capacidade, muito abaixo do valor médio verificado entre 1990(91 a 2020/21 de 72%. O INE sublinha ainda que o nível de armazenamento das albufeiras era inferior ao verificado em outros anos de seca, nomeadamente o de 2005, obrigando à tomada de medidas extraordinárias para restringir o uso da água em várias barragens.

Ana Suspiro

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