Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")
Escorre-me no olhar um frémito e tenso sonho. Enquanto as palavras se desfazem em pétalas de rosas a acenar, aventuro-me nas alvoradas escarpadas e íngremes. A vida não pára, enquanto as mãos se procuram e se entrelaçam. Ondas de esperança desabrocham nas falésias e morrem de seguida.
Rasgo caminhos na pele, em todas as esquinas dos dedos. Nas ruas alcantiladas, ardem espasmos nas chamas da fogueira.
Na tristeza das noites não há crianças, nem rosas brancas nos caminhos escuros.
Apenas pegadas de mendigos carentes que mendigam o pão da vida, feito de afectos e fermentado com paz.
É roxa e fria a saudade. Sente-se o silêncio a acenar e dói a ausência e o abandono que carrego no peito. Neste vale glaciar da vida, cresce a distância no útero da imaginação e as cegonhas chegam, sem primaveras para acasalar. Perde-se o gosto de viver, perde-se o desejo de voar.
Rasgo caminhos na pele, em todas as esquinas dos dedos. Nas ruas alcantiladas, ardem espasmos nas chamas da fogueira.
Na tristeza das noites não há crianças, nem rosas brancas nos caminhos escuros.
Apenas pegadas de mendigos carentes que mendigam o pão da vida, feito de afectos e fermentado com paz.
É roxa e fria a saudade. Sente-se o silêncio a acenar e dói a ausência e o abandono que carrego no peito. Neste vale glaciar da vida, cresce a distância no útero da imaginação e as cegonhas chegam, sem primaveras para acasalar. Perde-se o gosto de viver, perde-se o desejo de voar.
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