Serão 57 milhões de euros para várias produções e 27 milhões de euros destinados em especial a algumas espécies animais. “Que inclui o sector da suinicultura, do leite e das aves e dos ovos. Estamos também numa fase final para podermos atribuir, no âmbito do desenvolvimento rural e corroborado com uma verba do Orçamento do Estado, cerca de 57 milhões que vai poder beneficiar os vários sectores, seja a horto-fruticultura, as culturas temporárias ou de sequeiro e regadio, as permanentes, e os pequenos ovinos, caprinos ou as vacas, e com base nisso poder para fazer face àquilo que é o impacto da guerra, da seca e do covid”, explicou a ministra da tutela, Maria do Céu Antunes.
A ministra da Agricultura e Alimentação anunciou ainda em Torre de Moncorvo, onde esteve no fim-de-semana, um aumento do apoio às raças autóctones que estão em risco. Os agricultores vão receber mais 60% de apoio por cabeça. Aproveitando o caso da raça churra da terra quente garantiu que este é o maior aumento de sempre na manutenção das raças autóctones. “Estamos numa zona de raça Churra, que é muito importante e actualmente recebe por animal cerca de 14 euros e no próximo ciclo de investimento vamos aumentar em quase 60% e vão passar a receber por cabeça cerca de 24 euros”, sublinhou.
Já para os agricultores afectados pelos incêndios vão contar com um apoio de 500 mil euros. “Em vicissitude dos incêndios, fechámos no final da semana passada um despacho que atribui 500 mil euros aos agricultores para fazer face às zonas afectadas pelos incêndios e ajudar na alimentação animal e também já estamos a distribuir açúcar para os apiários, através das direcções regionais”, adiantou.
Para a Confagri - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal - são necessárias medidas rápidas de apoio ao sector da pecuária porque segundo o presidente da confederação Idalino Leão muitos produtores já estão a reduzir o efectivo. “O sector da pecuária tem perdido alguma importância aqui no Nordeste Transmontano, nomeadamente em Torre de Moncorvo, mas considero que tem ainda muita importância não só pela riqueza que pode gerar aos agricultores, mas também pela importância transversal que para a sociedade em que está inserida, nomeadamente, na fixação de pessoas ao território e na limpeza dos terrenos”, destacou o dirigente. A Confagri defende que “de imediato uma ajuda forfetária”, ou seja, um apoio económico definido por convenção, “para a alimentação dos animais, porque neste momento os agricultores pecuários estão a sofrer e sem alimentos para os animais, e estão a desfazer-se dos animais mais cedo”.
Já Francisco Pavão, da CAP Confederação dos Agricultores de Portugal, diz que mais do que anúncios é necessário que as medidas cheguem ao terreno e de forma célere:
“São necessários apoios céleres e eficazes, não basta anunciar é preciso implementar, o problema é que esta senhora ministra desde que anuncia até que implementa já se passou demasiado tem e os agricultores já tiveram os constrangimentos todos. Anunciam-se várias medidas que depois não têm eficácia ou não foram implementadas, com a questão dos combustíveis, em Espanha conseguiu apoios para combustíveis muito mais baixos que em Portugal. Ou a medida da alimentação animal, não está implementada os produtores pecuários estão num desespero total por causa da seca”, referiu.
A Ministra da Agricultura esteve este fim-de-semana em Torre de Moncorvo, para participar na Expo Moncorvo.
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