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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

O papel vital desempenhado pelo musgo no sustento da Terra

 Antepassados de todas as plantas actualmente vivas, estes organismos ancestrais possuem uma estrutura mais simples do que os seus descendentes mais modernos. Num novo estudo, um grupo de investigadores descobriu até que ponto o musgo é vital.


Está por todo o lado e podemos encontrá-lo pelo mundo fora: desde as florestas aos desertos e até na Antárctida. No entanto, não conhecíamos a verdadeira importância do humilde musgo. Até agora.

O musgo é um tipo de planta não vascular pertencente ao grupo das briófitas. Ao contrário das plantas vasculares como as árvores e as flores, o musgo não possui raízes, caules ou folhas, nem tecidos especializados para transportar água e nutrientes.

Em vez de raízes, tem estruturas semelhantes a pêlos denominadas rizóides, que lhes permitem fixar-se no substrato e absorver água e minerais. São plantas pequenas e crescem habitualmente em ambientes húmidos e sombreados, como florestas, rochas, solos e zonas urbanas.

O musgo desempenha um papel importante nos ecossistemas, retendo água, prevenindo a erosão, proporcionando habitats a invertebrados e microorganismos e contribuindo para a formação de solo em zonas degradadas ou expostas. Contudo, num estudo recentemente publicado, um grupo de investigadores descobriu até que ponto o musgo é vital para o nosso planeta.

Musgo, um armazém de nutrientes

Examinando amostras de musgo colhidas em mais de cem sítios, em oito ecossistemas diferentes, o estudo estimou que as populações de musgo cobrem uma assombrosa área de 9,4 milhões de quilómetros quadrados nos tipos de ambiente estudados – o equivalente ao tamanho da China ou do Canadá.

Os cientistas compararam solos com presença e ausência de musgo em cada uma das zonas analisadas e observaram um maior fluxo de nutrientes nos solos com musgo, potenciando o ciclo de elementos como azoto e o fósforo e da matéria orgânica.

Além disso, o musgo funciona como um armazém de nutrientes como o carbono, retendo aproximadamente 6.430 milhões de toneladas métricas deste elemento essencial, mas problemático, mantendo-o fora da nossa atmosfera saturada.

Controlo de patógenos

Como se isso não bastasse, o grupo de investigadores descobriu que os musgos parecem regular potenciais agentes patogénicos.

Os estudos revelaram, face a áreas sem vegetação, uma menor quantidade de possíveis patógenos vegetais nos solos habitados por musgos e uma presença menos frequente de genes altamente resistentes a antibióticos nos microbiomas de habitats com musgo.

Mais diversidade

As elevadas densidades de musgos como o Sphagnum, o Hylocomium e o Ptilium, contribuem para a biodiversidade do solo e dos ecossistemas, sobretudo em zonas onde não crescem árvores, como os desertos e a tundra.

E após desastres significativos, como erupções vulcânicas, o musgo é um dos primeiros organismos a reaparecer, depois das cianobactérias e das algas.

Em suma, o solo é mais saudável nos locais onde existe musgo, contendo mais carbono e mais azoto. Sem esta cobertura verde ancestral, o mundo não conseguiria sobreviver.

Artigo publicado originalmente em castelhano em nationalgeographic.com.es

Texto: Sergio Parra

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