Trocou a Costa da Caparica por esta cidade por causa de um estudo, sobre pastores, que agora deu origem ao livro “Criado do Pastor - Uma Caminhada Pelas Serras do Norte”. A obra, que retrata, essencialmente, a Terra Fria Transmontana, nomeadamente o Parque Natural de Montesinho, e o Alto Tâmega, com a Serra do Alvão, fez o investigador, durante dois anos e meio, viajar até estas duas regiões, acabando por se mudar, há um ano, para Bragança. “eu vim para cá para poder estar mais próximo do território. Eu vivia na Costa da Caparica, era outro mundo, o mundo mar. Foi essa vontade de estar mais próximo dos pastores, do território, de quem faz viver o território. Eu acabei o manuscrito em Janeiro do ano passado e vim para cá em Março. Isto foi a continuação do processo”.
O franco-brasileiro deu a conhecer, no Museu do Abade de Baçal, em Bragança, este livro, que dá a conhecer um pouco do mundo pastoril, das serras do Norte de Portugal. No que toca à Terra Fria Transmontana há aqui muito que o fascina. “Ele relata as minhas viagens, experiências e caminhadas pelos montes, com os pastores. A partir dessa perspectiva, traz-se um pouco das vivências, do quotidiano, das relações com os animais. A Terra Fria é um repositório fantástico de conhecimentos, de genética, de animais muito resilientes, capazes de resistir a essas alterações climáticas. É uma pastorícia muito ligada à terra, às estações, ao clima. É uma forma de ser e de estar no mundo”.
O autor do livro assume que quer continuar a escrever e que há muito para explorar. “Tenho muitas ideias. Continuo a caminhar com os meus amigos pastores. Há muitos elementos a serem tratados ainda, a questão das relações dentro da aldeia, os incêndios”.
Este é o primeiro livro de Júlio Sá Rêgo. Conheceu Bragança porque a co-orientadora da tese de doutoramento é docente no Instituto Politécnico.
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