“Ovídio o Espantalho sem Cor” é a mais recente obra do escritor e produtor artístico Acácio Pradinhos.
Um livro para miúdos e graúdos que foi escrito em plena pandemia e que dá a conhecer um espantalho muito especial. “Foi escrito numa fase muito difícil para todos. Estava confinado em Macedo de Cavaleiros, com a minha família, e citando Rui Veloso ‘Tive todo o tempo do Mundo’. O Ovídio nasceu para trabalhar com os meus alunos e para intervir com a comunidade”, explicou Acácio Pradinhos.
"Pintem-me por favor" era o estímulo que o Ovídio propunha a todas as crianças que se aproximassem dele. “Pediu ao seu mestre, o trasgo Adélio, para ficar sem cor porque, pensava ele, dessa forma cada criança poderia batizá-lo, pintá-lo e vesti-lo de acordo com a sua imaginação e sensibilidade”, contou.
O Ovídio vivia num parque onde brincavam imensas crianças e fazia amizades com os pássaros, inclusive um velho pardal. Mas, as aventuras do espantalho tinham os dias contados, pois a Covid-19 parou o mundo e foi decretado confinamento obrigatório.
“Quando pediu ao velho pardal para perguntar a um bando de borboletas, que passou lá no alto, porque motivo as crianças tinham desaparecido do parque a resposta que os seus ouvidos entenderam não podia ser mais cruel para o pobre espantalho: É por causa do Ovídio”, acrescentou o escritor.
Entretanto, o mal entendido foi desfeito e o mestre Adélio percorreu todas as escolas e instituições da cidade a contar a história do Ovídio. Entregou a todos os meninos um pequeno espantalho sem cor, que representava o Ovídio, e pediu-lhes que o decorassem.
Do imaginário para a realidade foi apenas um pequeno passo. O livro é mais que um instrumento de leitura e acabou por envolver as escolas e mais de 1500 crianças que levaram o Ovídio para casa. Os mais novos deram largas à sua imaginação, pintaram o Ovídio e todas as criações resultaram numa exposição.
O Ovídio o Espantalho sem cor “representa o seguir em frente, pois as crianças responderam de forma categoria e não querem ceder a qualquer forma de vírus”, acrescentou.
O objectivo passa agora por organizar uma segunda exposição, que vai envolver as associações de pais dos agrupamentos de escolas da cidade de Bragança, e chegar aos três a quatro mil espantalhos decorados pelos mais novos.
Foi com enorme prazer e muita atenção que hoje pude conhecer a história, mais que a estória, do Ovídio.
ResponderEliminarA emoção, a paixão e a eloquência com que o autor “fala” da personagem, que criou, é contagiante.
Acácio, desculpa-me a inconfidência mas tinha que o dizer. As crianças e adolescentes que te ouvirem descrever a "estória" vão, certamente, conhecer um Reino Maravilhoso e cheio de estórias de encantar.
Forte abraço e muitos parabéns pela obra e pelo empenho que tens sempre que fazes... "coisas"!